Classificada para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, a velejadora Blanca Manchón mora na Espanha — o segundo país com mais infectados e mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus. O megaevento esportivo foi adiado para 23 de julho a 8 de agosto de 2021, mas a esperança de medalha do país ibérico no Japão mantém a rotina intensa de treinos de uma maneira no mínimo curiosa.
O colega Jaume Soler conta no Mundo Deportivo que a atleta de 33 anos nascida em Sevilha veleja na piscina de casa na tentativa de não perder o ritmo de competição em meio ao confinamento. Blanca Manchón foi uma das primeiras a conquistar vaga na equipe de vela da Espanha para as Olimpíadas. Isolada com a família em Cádiz, ela conta com a ajuda do marido, filhos e pais para trabalhar com o mínimo de tranquilidade.
“A casa dos meus pais tem uma piscina, jardim e uma garagem transformada em quadra. Não posso reclamar. Na minha residência seria impossível treinar ao ar livre como eu posso fazer agora. O pior do confinamento é não poder entrar no mar, isso me afeta, mas quando isso for possível, aproveitarei com muita gana”, diz ao Mundo Deportivo.
Blanca Manchón relata como consegue treinar. “No último momento, conseguimos coletar o material que tínhamos em Porto Sherry, e o que fazemos é amarrar o quadro na piscina até o fim, para que eu possa remar e manter calos das minhas mãos. É como se estivéssemos em uma situação de pouco vento”, conta.
Apesar do tempo de reinvenção para mais um ano de treinamentos, a atleta é favorável ao adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. “As circunstâncias nos levaram a isso e temos de aceitar. Todos nós teríamos preferido competir em 2020, mas olhando para o lado positivo, agora tenho mais um ano para me preparar e tentar lutar pelas medalhas. Existem esportes como a natação que estão sofrendo muito mais. Meu filho estudará nos livros de história esse momento que estamos vivendo”.
Blanca Manchón curte os treinos na piscina com o pai de 73 anos, que continua praticando windsurf. Ela conta que ambos são asmáticos, ou seja, pertencem ao grupo de risco, com o agravante de que o senhor Manchón ter problemas cardiovasculares e não saem para nada. Enquanto a mãe cuida do neto, o esposo se encarrega de fazer as compras.
Blanca Manchón não sofre de ócio na quarentena. “Tenho meu filho, o trabalho na minha empresa e os treinamentos. Estou mais ocupada do que nunca”, brinca.
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