Luxemburgo Luxemburgo derrotou Sampaoli no último sábado com direito a bate-boca. Foto: Rafael Ribeiro/Vasco Luxemburgo derrotou Sampaoli no último sábado com direito a bate-boca. Foto: Rafael Ribeiro/Vasco

Vasco ajudou Luxemburgo a quebrar tabu pessoal em duelos contra técnicos estrangeiros

Publicado em Esporte

Vanderlei Luxemburgo reencontrará o Palmeiras nesta terça-feira, no Allianz Parque, em São Paulo, no confronto atrasado da primeira rodada do Campeonato Brasileiro, sem um fardo nas costas. Levantamento feito pelo blog mostra que o comandante do Vasco não derrotava treinadores estrangeiros havia cinco temporadas. O tabu caiu no último sábado no triunfo por 3 x 2 contra o Atlético-MG, de Jorge Sampaoli, em São Januário.

A contar de 2015, Luxemburgo acumula 10 duelos contra técnicos estrangeiros de várias nacionalidades e estilos: os colombianos Juan Carlos Osorio e Reinaldo Rueda, os portugueses Jorge Jesus e Jesualdo Ferreira; os argentinos Jorge Sampaoli e Eduardo Coudet; o catalão Doménec Torrent, representado por Jordi Guerrero porque estava com covid-19; e o paraguaio Gustavo Morínigo: uma vitória, quatro empates e cinco derrotas no período.

O duelo de hoje será contra mais um colega estrangeiro — o lusitano Abel Ferreira. Vanderlei Luxemburgo comandava o Palmeiras até outubro. À frente de um dos elencos mais caros do Brasil, conquistou o Paulistão nos pênaltis contra o Corinthians, acumulou 20 jogos consecutivos de invencibilidade na temporada, mas o futebol alviverde não convencia. Perdeu o emprego para Abel Ferreira e o lusitano classificou o time para a final deste sábado da Libertadores contra o Santos, no Maracanã, e da Copa do Brasil diante do Grêmio.

Recordista de títulos do Brasileirão ao lado de Luís Alonso Perez, o Lula, o pentacampeão Luxemburgo é um dos principais críticos do investimento dos clubes brasileiros em profissionais estrangeiros. O colombiano Reinaldo Rueda e o português Jorge Jesus, ambos com passagem pelo Flamengo, foram os principais alvos da língua de Luxemburgo.

 

Luxa: uma vitória nos últimos 10 duelos contra técnicos estrangeiros

  • 26/07/2015 – São Paulo 1 x 0 Cruzeiro (Juan Carlos Osorio-COL)
  • 17/09/2017 – Flamengo 2 x 0 Sport (Reinaldo Rueda-COL)
  • 17/08/2019 – Vasco 1 x 4 Flamengo (Jorge Jesus-POR)
  • 05/10/2019 – Vasco 0 x 1 Santos (Jorge Sampaoli-ARG)
  • 13/11/2019 – Vasco 4 x 4 Flamengo (Jorge Jesus-POR)
  • 29/02/2020 – Santos 0 x 0 Palmeiras (Jesualdo Ferreira-POR)
  • 02/09/2020 – Palmeiras 1 x 1 Internacional (Eduardo Coudet)
  • 27/09/2020 – Palmeiras 1 x 1 Flamengo (Doménec Torrent/Jordi Guerrero-ESP)
  • 16/01/2021 – Vasco 0 x 1 Coritiba (Gustavo Morínigo-PAR)
  • 23/01/2021 – Vasco 3 x 1 Atlético-MG (Jorge Sampaoli-ARG)

 

“O técnico brasileiro aqui, hoje, na sua grande maioria, não tem o privilégio que os estrangeiros têm de colocar uma multa rescisória no contrato se forem mandados embora. Os brasileiros estão tendo multa de um salário pela CLT. Então, por que fazem essa diferença no contrato? Queremos respeito”, cobrou Luxemburgo assim que Rueda desembarcou no Brasil para assumir o Flamengo em uma estreia contra outro crítico, Jair Ventura, do Botafogo.

Na passagem pelo Brasil, Jorge Jesus conquistou o Brasileirão, a Libertadores, a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana e o Campeonato Carioca. Mesmo assim, foi criticado. “A única coisa que eu questiono é que tenhamos de mudar nossas características porque o futebol na Europa é mais rápido. Vamos com calma. Somos pentacampeões do mundo jogando em cima da nossa cultura. Claro que temos de aprender, fazer cursos. Mas não é mudar nossa essência pentacampeã do mundo, 11 vezes campeã do mundo interclubes e que tem toda uma história sem treinador estrangeiro. Temos de mudar agora por que o Jesus veio aqui e ganhou uma Libertadores? Aí temos de mudar porque o futebol é mais rápido?”, desabafou.

Extremamente competitivo, Luxemburgo não venceu Jesus na passagem do português pelo Flamengo. Perdeu um Clássico dos Milhões por 4 x 1, no Mané Garrincha, e empatou por 4 x 4 no jogaço de novembro de 2019, no Maracanã. “O treinador cismou de ir embora no meio do caminho, largou. É um treinador estrangeiro, mas, se fosse brasileiro que tivesse feito isso aí, a porrada hoje seria tamanha. Seria porrada a todo momento no treinador”, comparou.

 

Siga no Twitter: @mplimaDF

Siga no Instagram: @marcospaulolimadf