Roberto Fernandes tomava café da manhã em Boa Viagem, no Recife, onde tem residência fixa, quando recebeu o chamado para comandar o Capital na Série D do Campeonato Brasileiro e na terceira fase da Copa do Brasil. Preparava-se para a tradicional caminhada na praia e teve de mudar a rotina. A ordem do dia era arrumar as malas para viajar rumo ao Distrito Federal.
“Fui pego de surpresa, foi tudo muito rápido. Eu até esperava algum convite porque as diversas séries do Campeonato Brasileiro estão começando, só não imaginava que fosse aparecer alguma coisa agora”, disse o treinador de 53 anos em entrevista ao blog na terça-feira. “Para você ter uma ideia da correria, eu só consegui parar para jantar agora”, brincou.
Não foi difícil Roberto Fernandes virar alvo do presidente Godofredo Gonçalves. “Eu conheço o Gustavo Cartaxo (diretor de futebol). Temos amizade”, explicou o técnico com duas passagens pelo Brasiliense. Na melhor delas, conquistou o título candango e alcançou as semifinais da Copa do Brasil em 2007. O time do Distrito Federal foi eliminado pelo Fluminense. O tricolor disputou a finalíssima contra o Figueirense e arrematou o título pela primeira vez.
O novo técnico do Capital desembarcará em Brasília no início da tarde desta quarta-feira e tem ótimas referências do atual vice-campeão do Distrito Federal. “É um time de investimento em comissão técnico, em jogadores, e muito bem falado no Brasil. O profissionalismo tem chamado a atenção”, elogiou o treinador.
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Daí o acerto rápido com a diretoria do clube candango ao ouvir o convite e conhecer o projeto. Um dos trunfos de Roberto Fernandes é o conhecimento do elenco. “Trabalhei com seis a oito jogadores do plantel. Isso facilita um pouco a adaptação no começo do trabalho”, diz. Há conhecidos dele também na comissão técnica fixa do clube.
O futebol do Distrito Federal não disputa a Série C desde 2013, quando o Brasiliense, último representante do DF na terceira divisão, caiu para a D. Roberto Fernandes admite o peso da responsabilidade tanto do Capital como do Ceilândia de devolver o respeito ao futebol local.
“Brasília é uma cidade rica. A renda per capita é uma das maiores do país. O futebol da cidade não pode realmente ficar fora das principais competições do Brasil. Vamos nos esforçar para começar a mudar essa história e devolver o Distrito Federal às principais competições”, disse.
O primeiro passo é fortalecer o elenco. Roberto Fernandes considera os adversários do Capital fortes no Grupo 5 da Série D e admite a possibilidade de pedir reforços pontuais. “O nosso plantel é muito competitivo, mas os concorrentes são fortes e não podemos cair na armadilha do discurso de que está tudo ok”, comentou o novo dono da prancheta tricolor.
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