Ubaldo Fillol: o craque das luvas que vestiu as camisas dos finalistas Flamengo e River Plate

Compartilhe

A escalação de uma seleção de todos os tempos da América do Sul no fim do século passado eleita por jornalistas esportivos do mundo inteiro começa por um goleiro que vestiu a camisa dos dois finalistas da Libertadores em 2019. Fillol; Carlos Alberto Torres, Figueroa, Daniel Passarella e Nilton Santos; Maradona, Di Stéfano e Rivellino; Zico, Garrincha e Pelé.

Ubaldo Matildo Fillol empilhou títulos com a camisa do River Plate. Foi a era mais vitoriosa da carreira do “Pato”, como era chamado carinhosamente. Desembarcou no Monumental de Núñez em 1973 e deixou o clube em 1983 com sete títulos. Marcou época nos millonarios.

Aos 14 anos, o adolescente trabalhava em um restaurante na cidade em que nasceu, São Miguel do Monte. O dono do estabelecimento o apresentou a um jogador que passava por lá.  O cliente prestou atenção nas mãos do garçom e profetizou: “Vai ser goleiro”, disse o ex-meia ítalo-argentino Renato Cesarini, que fazia uma refeição no local. Fillol seguiu trabalhando.

Apesar de ter ignorado Cesarini no restaurante, Fillol virou goleiro, sim. Começou a carreira no Quilmes, passou pelo Racing e chegou ao River Plate em 1973. Era a realização de um sonho familiar. Fillol é torcedor do River Plate. Herança do pai.

Fillol era treinado no Racing por Ángel Labruna quando recebeu convite do River Plate. Conta a lenda que Labruna teria ameaçado acabar com Fillol se ele fosse para outro clube que não fosse o River. Nem precisou intimidá-lo. O goleiro seguiu para os millonarios.

“Eu trabalhava para ser o melhor de todos os goleiros. E se alguma vez senti que não era, eu jamais tornei isso público”

Ubaldo Fillol, goleiro argentino com passagem por Flamengo e River

Reserva na Copa da Alemanha em 1974, Fillol retornou ao River Plate pilhado para mostrar serviço vislumbrando o Mundial de 1978. Ganhou força com o retorno do fã Labruna ao clube. Amado pela torcida do River Plate, Fillol passou a ser idolatrado ao ajudar a Argentina a conquistar, em casa, no Monumental de Núñez, o primeiro dos dois títulos na Copa do Mundo.

O goleiro deixou o River Plate para defender o Argentinos Juniors. No ano seguinte, foi comprado pelo Flamengo por US$ 125 mil, dizem os jornais da época. Chegou com três copas no currículo (1974, 1978 e 1982) com a missão de assumir a posição de Raul Plassman num momento de mudanças no clube carioca.

Zico havia embarcado para defender a Udinese. Tricampeão brasileiros em 1983 contra o Santos, o time passava por transformações para a temporada de 1984. Fillol virou titular. Disputou a Libertadores de 1984. Ganhou a Taça Guanabara, primeiro turno do Carioca.

Segundo o almanaque do Flamengo, Fillol disputou 71 jogos com o “manto sagrado”. Venceu 40, empatou 20 e perdeu 11. Chateado com a diretoria devido a uma convocação do goleiro pela Argentina, foi negociado com o Atlético de Madrid. Estava em Buenos Aires com a seleção e teria se recusado a retornar sob alegação de que o clube havia se recusado a liberá-lo.

Está mais do que claro qual será o lado de Fillol na decisão. Quer mais uma prova? Ele é embaixador do River Plate. Roda a Argentina e o mundo representando o clube. Nas horas “vagas”, assume o papel de coordenador das categoria de base do clube. O Flamengo é um time que passou em sua vida. O River, a própria vida de Fillol.

Siga o blogueiro no Twitter: @mplimaDF

Siga o blogueiro no Instagram: @marcospaul0lima

Siga o blog no Facebook: https://www.facebook.com/dribledecorpo/

Marcos Paulo Lima

Posts recentes

  • Esporte

Como um convite para o Aberto da República no DF impulsionou João Fonseca

Sensação do início de temporada no calendário do tênis profissional, o fenômeno carioca João Fonseca…

4 dias atrás
  • Esporte

Como Léo Batista virou meu “amigo” e inspiração nas noites de domingo

Domingo sempre foi um dia movimentado na casa dos Souza Lima no Cruzeiro Novo, onde…

4 dias atrás
  • Esporte

Infantino visita Trump e inicia alinhamento para Mundial e Copa nos EUA

A dois dias da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, o mandatário…

6 dias atrás
  • Esporte

Zagueiro brasiliense Lúcio é imortalizado no Muro dos Campeões da Fifa

Lucimar da Silva Ferreira, o Lúcio, campeão da Copa de 2002 e capitão do Brasil…

1 semana atrás
  • Esporte

Flamengo 1 x 1 Madureira: é impossível jogar feliz em dia de demissões

É fácil jogar a culpa do mau início do Flamengo no Campeonato Carioca no time…

1 semana atrás
  • Esporte

Gustavo Cuéllar candidata Grêmio a ter o melhor par de volantes do país

Times históricos do Grêmio tinham grandes volantes. China era o carregador de piano nos títulos…

1 semana atrás