Em 13 de julho de 2014, Mario Götze ouvia do técnico Joachim Löw a seguinte instrução ao entrar em campo no lugar de Klose na final da Copa do Mundo contra a Argentina: “Vai lá e mostra que você é melhor do que o Messi”. Ao menos naquele jogo, Götze foi, mesmo, melhor do que Messi. Fez o gol do tetracampeonato germânico e escreveu seu nome na história.
Três anos depois, o incentivo que Götze mais deseja ouvir é: “Vai lá, você ainda consegue jogar futebol”. A última temporada foi a pior da carreira do meia-atacante de 25 anos. Fez apenas dois gols em 16 jogos com a camisa do Borussia Dortmund e descobriu que estava doente. Uma miopatia metabólica era responsável pela fraqueza nos músculos, fadiga. O efeito colateral da enfermidade é a demora na recuperação após exercícios extenuantes, como o futebol.
O problema foi associado a uma desordem na tireoide, quando hormônios não são produzidos em quantidade suficiente, ou a desajustes nas glândulas suprarrenais. A contar de 2011, Götze colecionou 10 lesões musculares diferentes. Sofreu críticas a respeito do seu estado físico e ouvia constantemente que estava acima do peso. Lothar Matthäus chegou a dizer que Götze deveria se transferir para o futebol chinês se não conseguisse mais defender o Borussia Dortmund em alto nível. Ao tomar reconhecimento do diagnóstico, arrependeu-se: “É um grande golpe. O bom é que agora eles identificaram a causa, eles podem tratá-lo. Obviamente, você tem que julgar suas atuações recentes de forma diferente, sabendo disso”, ponderou.
Negociado pelo Borussia Dortmund com o Bayern de Munique, não vingou no time bávaro. O técnico Pep Guardiola preferia escalar Thiago Alcântara. Três temporadas depois, Götze estava de volta ao Borussia Dortmund. Depois de ser repatriado, Götze teve de ser afastado do elenco e deu início a uma batalha pessoal para voltar a jogar futebol. Havia marcado apenas dois gols em 16 jogos em 2016/2017. A tendência é que ele dispute a temporada de 2017/2018. Pode disputar um amistoso de pré-temporada neste sábado.
Autor da assistência para o gol do título da Alemanha há exatos 13 anos, André Schürrle é quem mais tem dado força ao parceiro. “Não estamos aqui para pressioná-lo. Ele não joga futebol há seis meses. Nenhum jogador pode estar no melhor de sua forma nessas condições. Ele vai precisar de tempo para recuperar o seu nível de jogo”, avisa.
O técnico Joachim Löw, aquele que disse “vai lá e mostra que você é melhor do que o Messi” na final da Copa do Mundo aguarda pelo retorno do seu herói para a Copa do Mundo de 2018. “Eles faz gols em seleções como Argentina e Brasil. Em alto nível, é um talento. Por isso, eu conto com ele”, disse o técnico da Alemanha durante a Copa das Confederações.
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