Sete prorrogações em cinco anos e seis classificações: a incansável resistência da Croácia

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A Croácia foi terceira colocada na Copa de 1998. Vice-campeã em 2018. Terceira colocada há seis meses, no Catar. Eliminou a Holanda nesta quarta-feira no Estádio De Kuip, em Roterdã. Mesmo assim, há quem desdenhe da seleção do Leste Europeu. O Brasil cometeu esse pecado nas quartas de final. Em vez de se proteger do veneno, escolheu agredir em busca do segundo gol e cedeu o contra-ataque letal no lance do empate a quatro minutos do fim da prorrogação.

A Holanda foi eliminada porque tempo extra é uma zona de conforto para a Croácia. Explico: a contar de 2018, a esquadra vatreni disputou sete prorrogações — inclusive a dessa quarta-feira contra a Holanda. Venceu seis e perdeu só uma. O levantamento inclui decisões por pênaltis.

Na Copa do Mundo de 2018, a Croácia eliminou a Dinamarca e a Rússia nos pênaltis nas oitavas e nas quartas de final, respectivamente. Nas semifinais, desbancou a Inglaterra na prorrogação. A única derrota aconteceu nas quartas da Euro-2020. O torneio foi disputado em 2021 devido à pandemia. Possível adversária da Croácia na finalíssima da Nations League, a Espanha venceu por 5 x 3. No último Mundial, a Croácia despachou Japão e Brasil nas cobranças de pênalti.

A mais recentemente vítima é a Holanda. Dona da casa, a Laranja Mecânica saiu na frente em casa, tomou a virada e forçou a prorrogação ao fazer 2 x 2. Levada à zona de conforto, a Croácia abriu 4 x 2 e desbancou os anfitriões sem a mínima cerimônia. Seis classificações em sete prorrogações. O aproveitamento é simplesmente espantoso.

Mais impressionante ainda quando focamos no craque da Croácia. Modric tem 37 anos. Foi dele o gol da vitória, em cobrança de pênalti, aos 116 minutos da semifinal. Haja fôlego e pernas. O camisa 10 disputou nessa quarta-feira o 65º jogo na temporada de 2022/2023. A Croácia é uma das ex-repúblicas da Iugoslávia. Portanto, a guerra ajuda a explicar a resistência. Cada prorrogação nada mais é do que uma nova batalha para o time de Zlatko Dalic.

Qualquer adversário será difícil para a Croácia na final da Nations League no domingo. A Espanha vive processo de reformulação sob nova direção e a Itália, apesar da ausência nas últimas duas edições da Copa do Mundo, é a atual campeão da Eurocopa. Dito isso, revelo a minha torcida pelo título da Croácia. Modric merece muito se despedir com uma taça dedicada ao povo dele.

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Marcos Paulo Lima

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