A reunião do Conselho Técnico da Série A do Campeonato Brasileiro no início de fevereiro terá um debate no mínimo interessante proposto pelo São Paulo. O blog apurou que Júlio Casares colocará em discussão o aumento da cota de jogadores estrangeiros nas competições organizadas pela CBF. “Este assunto está sendo tratado pelo presidente”, confirmou ao Drible de Corpo Rui Costa, diretor executivo do tricolor paulista.
A regra mudou pela última vez no início da temporada de 2014. Em dezembro de 2013, a entidade máxima do futebol nacional autorizou a ampliação de três para cinco importados por partida. A reivindicação havia partido dos times do Cruzeiro, Gremio, Internacional e Vitória. O então presidente José Maria Marin deferiu.
O fato é que os elencos estão cada vez mais internacionalizados. Pelo menos seis equipes da elite extrapolam a cota de cinco estrangeiros: Corinthians, Internacional, Athletico-PR, Grêmio, Palmeiras e São Paulo. Outros três estão no limite. Fortaleza, Bragantino e Santos contam exatamente com cinco cada um. Portanto, a mudança interessa a quase metade dos times e pode facilitar a vida de outros tantos que podem pegar carona em uma possível atualização. Temas como esse são levados ao conselho da competição e submetidos a uma votação simples entre os 20 clubes, ou seja, vence a maioria.
O artigo alvo da alteração é o 42 do Regulamento Geral das Competições da CBF. A redação atual diz: “Os clubes poderão relacionar nas súmulas de cada partida até 5 (cinco) atletas estrangeiros, excepcionados os registrados como refugiados que, para efeitos das competições coordenadas pela CBF, equiparam-se aos atletas nacionais, sem nenhuma restrição de direitos”, determina. As propostas para alterar o documento variam de sete, oito até número ilimitado tomando como principal argumento o Mercosul.
Protagonista de investimentos elevados, times como São Paulo Corinthians, Internacional, Athletico-PR, Grêmio e Palmeiras, por exemplo, têm deixado jogadores fora da súmula a fim de cumprir rigorosamente a lei e evitar punições severas como a perda de pontos por utilização irregular de atleta.
Um dos líderes do movimento, o São Paulo conta com oito estrangeiros no elenco: os zagueiros Ferraresi, Alan Franco e Arboleda; o lateral Orejuela; os volantes Jhegson Méndez e Gabriel Neves; o meia Galoppo e o atacante Calleri. Quando o trenador tem todos eles disponíveis, três ficam fora das partidas.
O aumento da quantidade de jogadores estrangeiros nos torneios da CBF é uma tendência mundial. Recentemente, o Real Madrid quebrou tabu. O técnico Carlo Ancelotti escalou 11 jogadores estrangeiros. Não havia espanhol na formação inicial. Thibaut Courtois (Bélgica): Éder Militão (Brasil), Antonio Rüdiger (Alemanha), David Alaba (Áustria) e Ferland Mendy (França); Aurélien Tchouaméni (França), Toni Kroos (Alemanha) e Luka Modric (Croácia): Vinicius Junior. (Brasil), Federico Valverde (Uruguai) e Karim Benzema (França).
Estrangeiros por clube na Série A
8: São Paulo
7: Corinthians e Internacional
6: Athletico-PR, Grêmio e Palmeiras
5: Fortaleza, Bragantino e Santos
4: América-MG, Botafogo e Flamengo
3: Bahia e Coritiba
2: Atlético-MG, Cuiabá, Fluminense e Vasco
0: Cruzeiro e Goiás
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