Rogério Ceni flerta com fantasma na Copa do Brasil, mas vê Thiago Couto libertá-lo de trauma recente

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Em 2020, Rogério Ceni foi eliminado da Copa do Brasil por causa da falha de um jovem goleiro. Hugo Souza saiu jogando errado, teve a bola roubada por Brenner e o Flamengo perdeu o jogo de ida das quartas de final por 2 x 1 para o São Paulo, no Maracanã. A lambança comprometeu o plano para o duelo de volta. O time rubro-negro foi superado por 3 x 0, no Morumbi, e amargou 5 x 1 no placar agregado sob a batuta do ex-goleiro tricolor.

Dois anos depois, Ceni volta a administrar problemas no setor em que foi referência na carreira. Com a lesão de Jandrei, o São Paulo carece de um goleiro confiável. Thiago Couto pode ser, mas ainda não é. Aos 23 anos, coincidentemente a mesma idade de Hugo Souza, mostra-se inseguro e atabalhoado — como no lance em que cometeu pênalti no atacante brasiliense Henrique Almeida. Displicente na cobrança, Iago Maidana bateu muito mal e contribuiu com a noite de redenção do menino de Cotia diante de 51.297 torcedores.

Thiago Couto assumiu a trave no lugar de Jandrei com um retrospecto assustador. Tinha seis jogos como profissional e sete gols sofridos. Seis deles nos últimos dois duelos. Ceni agiu na situação com a mesma parcimônia da relação com Hugo Souza. Abraçou o goleiro revelado pela base tricolor, porém admite a demanda por um profissional experiente.

Basta lembrar que ele também esteve na iminência de deixar escapar o título do Brasileirão  escapar na última rodada da edição de 2020 por causa de falhas do goleiro Hugo Souza na derrota para o São Paulo, no Morumbi. Para sorte dele, o Internacional tropeçou no Corinthians por 0 x 0, no Beira-Rio, e o Flamengo conquistou o bicampeonato.

Erros e acertos de Thiago Couto à parte, o fato é que o São Paulo não jogou bem contra o América-MG. Mais uma vez, as boas fases do centroavante Luciano e do ala-direito Igor Vinícius fizeram a diferença. O cruzamento na cabeça do atacante é simplesmente perfeito.

Posicionado no sistema 3-5-2, o São Paulo mostrou uma outra faceta. Em vez de construir jogadas tocando a bola pacientemente, uma das características dos trabalhos de Ceni, o time buscou lançamentos longos a partir de Diego Carlos, Miranda e Léo buscando uma linha direta com os centroavantes Luciano e Calleri. Paralelamente, as linhas avançavam em busca da chamada segunda bola disputada entre os atacantes e os marcadores.

O sistema de jogo também foi utilizado para liberar os alas contra o América. O principal atalho para o gol era Wellington. As principais articulações ofensivas surgiam por ali, No entanto, o lance decisivo começou na direita e surpreendeu a defesa adversária. Mais uma vez, como venho destacando nos posts sobre o São Paulo aqui no blog, Rogério Ceni mostrou capacidade de reinvenção para lidar com dificuldades causadas por lesões, suspensões, escassez de jogadores qualificados e adversários organizados como o Coelho.

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Marcos Paulo Lima

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