Rogério Ceni, Falcão, Dunga, Cerezo, Júnior, Romário… Quando ser técnico-ídolo não acaba bem

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Rogério Ceni deixa o São Paulo com o segundo pior aproveitamento de um técnico do clube na história do Campeonato Brasileiro. A contar de 1971, só Vail Mota foi pior. Comandante do time em 1972, saiu com 30,3% de aproveitamento, segundo dados do colega Rodolfo Rodrigues, da Placar. Rogério Ceni caiu com 33,3% nesta Série A. Ex-goleiro do São Paulo, como Rogério Ceni, Roberto Rojas registrou 58,3% na passagem pelo cargo em 2003.

Rogério Ceni não é o primeiro nem último caso de técnico-ídolo que não dá certo. Paulo Roberto Falcão, por exemplo, passou três vezes pelo Internacional (1991, 2011 e 2016) e não vingou. Dunga também não. Muito menos Fernandão (2012) e Clemer (2013).

O Grêmio investiu em Adilson Batista, capitão do título da Libertadores em 1995. A Roger Machado, campeão com Adilson no time que era comandado por Luiz Felipe Scolari. Adilson Batista livrou o time do rebaixamento em 2003. Roger Machado pediu demissão depois de uma série de maus resultados no Brasileirão de 2016.  O Grêmio recorreu três vezes a Renato Gaúcho. O herói do título mundial de 1983 só vingou com a prancheta da equipe tricolor gaúcha no ano passado, ao conquistar o título da Copa do Brasil. Companheiro de Renato Gaúcho nos títulos da Libertadores e Mundial, Hugo de León foi outro ídolo tricolor que comandou o Grêmio, em 2005.

Com a lembrança do gol de barriga sobre o arquirrival Flamengo na memória, o Fluminense contratou Renato Gaúcho três vezes. Só deu certo, mesmo, no segundo mandato. Foi campeão da Copa do Brasil em 2007 e vice da Libertadores em 2008. Em 1996, não impediu o rebaixamento do time carioca para a segunda divisão.

Romário foi técnico do Vasco em 2007, até se desentender com o presidente Eurico Miranda. Autor do gol do título carioca do Vasco em 1988, Tita ganhou a prancheta cruz-maltina até a eliminação na Copa Sul-Americana e uma coleção de resultados no Campeonato Brasileiro de 2008.

O Flamengo queimou ao menos quatro ex-ídolos que passaram pelo clube como treinadores: Adílio, Jorginho, Júnior e Andrade, que chegou a levar o time ao título brasileiro de 2009. Meses depois, perdeu o cargo ao ser eliminado da Libertadores. No frente do Flamengo, Júnior foi vice da Supercopa dos Campeões da Libertadores diante do São Paulo.

Em 2010, o Palmeiras deu moral para o zagueiro Antonio Carlos Zago, bicampeão brasileiro com a camisa do clube em 1993 e 1994. O casamento durou três meses na academia até se desentender com o atacante Robert e perder o cargo.

O Atlético-MG delegou sua prancheta a Toninho Cerezo em 1999. Foi contratado para substituir Ricardo Drubscky. Não suportou o Campeonato Mineiro e perdeu o cargo para Darío Pereyra. Toninho Cerezo foi para o Vitória e fez um belíssimo trabalho.

O Corinthians também já apostou em ídolo. Autor do gol que tirou o Corinthians da fila de títulos do Campeonato Paulista em 1977, Basílio assumiu o cargo em 1989. Ficou 24 jogos invicto, mas Bragantino e Novorizontino decidiram o Estadual. Basílio teve uma segunda chance quatro anos depois, mas perdeu o emprego após uma goleada diante do Internacional, por 4 x 0, pela Copa do Brasil.

Técnicos do São Paulo

5 piores aproveitamentos na história do Brasileirão

  • 30,3% Vail Mota (1972)
  • 33,3% Rogério Ceni (2017)
  • 35,7% Osvaldo Brandão (1971)
  • 37,5% Mario Sergio (1998)
  • 41,2% Carlos Alberto Parreira (1996)

Fonte: Rodolfo Rodrigues (Placar)

Marcos Paulo Lima

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