Rogério Ceni deve ter feito curso de sobrevivência na selva. Só pode. É impressionante como o comandante da tropa do São Paulo tem conseguido se virar com um efetivo tão pequeno, limitado e desafiado por problemas de suspensões, contusões, cirurgias…
A batalha de Santiago havia deixado o tricolor sem três jogadores para o duelo de volta contra a Universidad Católica, quinta-feira, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. Igor Vinícius, Rodrigo Nestor e Calleri receberam cartão vermelho na vitória por 4 x 2 na ida.
Neste domingo, o São Paulo entrou em campo contra o Atlético-GO com 10 jogadores pendurados com dois cartões amarelos. Metade saiu da vitória por 2 x 1, a primeira fora de casa, suspenso. Um problemão para a partida contra o Atlético-MG no fim de semana. Luciano, Gabriel, Léo, Rodrigo Nestor e Diego Costa não enfrentarão o Galo, no Mineirão.
Problemas demais no QG quando as soluções começavam a aparecer. Luciano, por exemplo, marcou quatro gols nos últimos dois jogos. Balançou a rede da Universidad Católica duas vezes e foi às redes em outras duas neste domingo diante do Atlético-GO. Competente na cobrança do pênalti e plástico no belíssimo voleio que decretou o triunfo, em Goiânia.
Gosto do trabalho de Rogério Ceni. Levou o São Paulo à final do Campeonato Paulista. Sobrevive na Copa do Brasil, Sul-Americana e ocupa o sétimo lugar na Série A, a quatro pontos do G-4 e a sete pontos do líder Palmeiras em uma maratona totalmente aberta pelo título. Dai eu afirmar no início do texto que o ex-goleiro deve ter feito curso de sobrevivência na selva. Na do futebol, pelo menos, ele continua vivo administrando possibilidades de título.
Como nem tudo são flores na vida de um técnico, há emergências a solucionar no mercado. Rogério Ceni decidiu adotar três zagueiros. Quem escolhe esse modelo precisa ter, no mínimo, outros três beques de reposição no banco de reservas. A escassez de especialistas na posição pode custar caro contra o Atlético-MG. Dos três titulares, dois estão suspensos: Léo e Diego Costa. Restou Miranda. Por sinal, o veterano da turma voltou a jogar de terno. Arboleda está fora da temporada. A menos que improvise, Ceni deve escalar Luizão e Miranda contra o Galo.
Mas nunca duvide da capacidade de improviso do técnico do São Paulo. Em 2020, ele reinventou o Flamengo deslocando Willian Arão para o papel de zagueiro e arrancou rumo ao título brasileiro. Sim, o elenco rubro-negro era bem mais sortido, claro, mas ele pode encontrar no próprio elenco uma solução para manter a linha de três no fim de semana.
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