Retrô-PE é um F5 do que foi aquele Brasiliense do início dos anos 2000

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Carrasco do Brasiliense nas quartas de final da Série D do Campeonato Brasileiro ao eliminar o time candango nos pênaltis por 3 x 2 depois do empate por 1 x 1 no placar agregado, o Retrô é uma versão moderna do que foi o time candango no início dos anos 2000: um clube-empresa com projeto e cumprimento de metas.

O Brasiliense foi da Série B do Candangão em 2000 a estreante na Série A na edição de 2005. O departamento de futebol profissional do Retrô foi lançado em 2019. Cinco anos depois, o clube pernambucano salta para a Série C. A ascensão não é tão veloz como a do Brasiliense no início deste século, mas tem foco, justamente o que vem faltando à cúpula amarela. Aos 24 anos, o jovem time de maior potencial financeiro da capital do país insiste em um modelo de gestão obsoleto. Em ideias que funcionaram no passado vitorioso — e não servem mais no presente. Sem contar abstrações como o aumento dos tentáculos no futebol local ao arrendar clubes de menor investimento. O acaso nem sempre protege quem anda distraído com essas e outras questões extracampo.

A fórmula do sucesso no vice na Copa do Brasil (2002), na conquista da Série C (2002), da B (2004) e na participação inédita na elite (2005) não necessariamente se aplica duas décadas depois. Resultado prático: o Brasiliense não terá calendário nacional em 2025. Disputará somente o Candangão na próxima temporada. O DF será representado por Ceilândia e Capital na Copa do Brasil, Copa Verde e na quarta divisão do Brasileirão.

O retrocesso do Brasiliense aparece na arquibancada. O time fidelizou torcedores rapidamente quando foi fundado em 2000. Havia bons públicos noo jogos no Serejão, com picos de casa cheia em partidas importantes como as quartas de final da Série D. A Boca do Jacaré recebeu 3.840 pessoas em um jogo de acesso. Há 20 anos, em 4 de dezembro de 2004, o estádio estava lotado na partida da promoção para a Série A contra o Fortaleza. Fui setorista do clube. Cobri o Brasiliense no início e sei como era. Quem não tinha grana para comprar ingresso tentava assistir da passarela ao lado do Serejão. O Retrô levou 7.184 na Arena Pernambuco, ou seja, quase o dobro da plateia do Brasiliense na eliminação.

O Retrô tem investimento fantástico na base. iniciou a escalada profissional na Série A2 do Pernambucano.de 2019. Subiu no mesmo ano para a elite do Estadual. A meta ambiciosa era disputar a final local em 2020 e figurar na Série B em 2024. Na prática, foi vice-campeão estadual em 2022 e em 2023, e confirmou o primeiro acesso no Campeonato Brasileiro em 2024 ao migrar para a Série C. O projeto do clube de Camaragibe, município a 16 km do Recife, está na margem de erro. O Brasiliense abandonou a base por muito tempo e reativou-a recentemente. No profissional, insiste em fazer em repetir velhas práticas esperando resultados diferentes.

O Retrô iniciou a temporada de 2024 com folha de pagamento de R$ 700 mil. A segunda maior entre os clubes pernambucanos. Perde apenas para o Sport e supera a de times tradicionais como Náutico e Santa Cruz na nova ordem econômica no estado. O acesso adiciona uma competição no calendário em 2025. O Retrô disputou o Pernambucano, a Copa do Nordeste, a Copa do Brasil e a Série C do Campeonato Brasileiro.

A resiliência marca evoluções. o algoz do Brasiliense disputou a Série D quatro vezes até subir. Um entre tantos exemplos para o combalido futebol candango. Em 2025, o Distrito Federal completará 12 anos consecutivos representado apenas em uma das quatro séries do Campeonato Brasileiro, a D. A última divisão do futebol nacional.

Twitter: @marcospaulolima

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Marcos Paulo Lima

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