O Flamengo está jogando fora a chance de ser tricampeão brasileiro em anos consecutivos mas não, a culpa do distanciamento do Atlético-MG na classificação não é somente da arbitragem, como afirmou o técnico Renato Gaúcho na entrevista coletiva depois da vitória por 2 x 1 sobre o Internacional, no Beira-Rio, no último ensaio dos titulares antes da final da Libertadores contra o Palmeiras no sábado (27), às 17h, em Montevidéu.
Nem mesmo Renato Gaúcho deve ser responsabilizado sozinho. O Flamengo não conseguiu acompanhar o ritmo do virtual campeão Galo por vários motivos. Quem cede mensalmente metade dos titulares às seleções das Eliminatórias para a Copa dificilmente passa imune aos altos e baixos e ao vaivém de uma competição de regularidade.
Isla, Rodrigo Caio, Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabriel Barbosa foram quase sempre convocados nesta temporada por Tite (Brasil), Óscar Tabarez (Uruguai) e Martín Lasarte (Chile), respectivamente.
O caso de Gabriel Barbosa é absurdo. O camisa 9 disputou apenas 16 dos 33 jogos do Flamengo nesta edição da Série A, ou seja, metade das partidas. Não por culpa dele, óbvio.
Gabigol foi convocado em junho para as Eliminatórias e emendou na Copa América. Mesmo assim, entregou 11 gols no Brasileirão, um deles o primeiro na vitória deste sábado contra o Internacional, no Beira-Rio, e cinco assistências. Está no pelotão de elite na briga pela artilharia. O goleador isolado Hulk (Atlético-MG) ostenta 14, três a mais do que Gabigol.
O time paga também pela troca de técnico. Rogério Ceni perdeu o emprego durante a competição. Renato Gaúcho pegou o bonde andando e ainda aprende a manusear a máquina rubro-negra. Daí a eliminação na semifinal da Copa do Brasil contra o Athletico-PR e a missão quase impossível de tomar a liderança isolada do Atlético-MG.
O Flamengo teve inúmeros problemas de lesão no segundo turno. Crise interna entre os departamentos do time. Entre eles, o médico. Contratações durante a temporada — David Luiz, Andreas Pereira e Kenedy demandam tempo de adaptação — e questões extracampo também tiraram o foco rubro-negro dos trilhos na briga pelo tricampeonato. Um pouco de soberba, também.
Acima de tudo, Renato Gaúcho precisa admitir que o Atlético-MG foi superior ao Flamengo no Brasileirão. Inclusive nos confrontos diretos. O placar agregado dos confrontos no primeiro e no segundo turno é 4 x 1 a favor do Galo. Goleada por 4 x 0 no Mineirão e derrota no Maracanã, pelo placar mínimo.
Renato está perto de repetir a melhor campanha pessoal no Brasileirão. Levou o Cruzeiro ao vice em 2013. Mas, poderia, sim, ter sido campeão pela primeira vez se não tivesse tomado decisões erradas. Bagunçou o time no empate com o Ceará, no Castelão, foi incapaz de derrotar a Chapecoense, armou o time muito mal no clássico contra o Fluminense, não fez um gol no Cuiabá com Maracanã lotado e tantos outros erros pessoais, como recuar na Arena da Baixada depois de abrir 2 x 0 sobre o Athletico-PR.
Portanto, não dá para validar a narrativa do Renato Gaúcho. Compra esse discurso quem quer. Eu, não.
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