Racing x Flamengo: o lugar de Silva Batuta na história dos dois clubes

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Página 14 de uma edição especial da revista El Gráfico: 100 ídolos do Racing. No índice, um nome chama a atenção: Walter Machado da Silva. “Um brasileiro de luxo que esteve somente um ano, mas ninguém o esquece: goleador eletrizante, sensação do Metropolitano em 1969”, descreve a publicação referindo-se a um jogador amado tanto pelo Racing como pelo Flamengo, adversários nesta terça-feira nas semifinais da Libertadores.

Walter Machado da Silva ficou conhecido no Flamengo como Silva “Batuta”. Certa vez, em uma entrevista com o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, pedi para ele montar o time dos sonhos dele de todos os tempos. O dirigente colocou Batuta entre os 11 e brincou: “Esse é do meu tempo, você certamente não viu jogar”, riu, com os olhos brilhando.

Nascido em Ribeirão Preto, em 2 de janeiro de 1940, Batuta fez 69 gols em 132 jogos com a camisa rubro-negra e 18 em 28 exibições com o uniforme do Racing. Um contra o Independiente, o maior rival do Racing na região de Avellaneda.

O perfil de Batuta na edição especial é maravilhoso. “Foi um romance fugaz, mas intenso, inoxidável. Brasileiro no passaporte e na maneira de jogar, foi um atacante que esteve pouco tempo no clube, mas fez muito, um montão. Era delicioso vê-lo jogar”, rende-se o El Gráfico.

Perfil sobre Silva Batuta em edição especial de 2011 na revista argentina El Gráfico. Arquivo pessoal/Marcos Paulo Lima

“Tinha um grande domínio de bola, um drible vistoso, um chute de outro planeta e uma cabeçada soberba”, descrevem os jornalistas autores do texto sobre Batuta.

A homenagem a Batuta continua: “Em 1969, deu passes e fez gols que ajudaram o Racing a somar muitos pontos. Naquele ano, a Academia foi semifinalista do Metropolitano, eliminada pelo Chacarita, e o brasileiro foi o artilheiro do campeonato com 14 gols”, lembra.

El Gráfico recorda a presença de Silva na lista final dos convocados do Brasil para a Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. Vicente Feola levou o jogador do Flamengo, inscrito com a camisa número 19. Embora tenha passado rapidamente pelo Racing, ele fez o suficiente para figurar entre os 100 maiores ídolos do Racing ao lado de lendas como Corbatta, Alfio Basile, Perfumo, Diego Milito, Rubén Paz e Natalio Porinetti.

Há outro jogador muito querido por Racing e Flamengo na lista dos 100 maiores da Academia: o goleiro Ubaldo Fillol. Em 1988, ele era o titular na conquista da extinta Supercopa dos Campeões da Libertadores contra o Cruzeiro. Antes, havia vestido a camisa do Flamengo nas temporadas de 1984 e de 1985. Ganhou Taça Guanabara e Taça Rio.

Silva Batuta morreu em 29 de setembro de 2020. Ganhou o Campeonato Carioca de 1965 pelo Flamengo. Também colecionou títulos pelo São Paulo, como o Rio-São Paulo e o Paulista em 1957, o Estadual pelo Santos em 1967, o Carioca com o Vasco em 1970 e a Taça Bernardo O’Higgins com a Seleção em 1966.

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Marcos Paulo Lima

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