A eleição do Corinthians pode dar trabalho ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em entrevista por telefone ao blog na noite desta quinta-feira, o candidato Andrés Sanchez reafirmou que, se triunfar nas urnas e voltar à presidência do clube paulista, pedirá para se licenciar do cargo de deputado federal. O compromisso do petista, assinado em uma carta a amigos, pode abrir uma batalha jurídica pela vaga de suplente entre José de Paula Neto, o Netinho (PDT-SP), e Luiz Cláudio Marcolino (PT-SP).
De acordo com o resultado das eleições de 2014, Netinho de Paula é o primeiro nome da fila na lista dos suplentes da coligação PT-PCdoB-PR. O candidato teve 82.105 votos contra 78.626 de Luiz Cláudio Marcolino. O problema é que Netinho mudou de partido. Em 2015, trocou o PCdoB pelo PDT alegando “falta de espaço”.
Segundo especialistas ouvidos pelo blog, há três linhas de interpretação. Uma considera que, independentemente da sigla, a vaga é de Netinho. Outra entende que o PCdoB, partido do candidato na época, pode vetar a posse do ex-filiado e requisitar a cadeira na Câmara. A terceira considera o segundo suplente Luiz Cláudio Marcolino o sucessor de Andrés.
Consultada pelo blog, a secretaria da mesa diretora da Câmara informou que, se Andrés Sanchez de fato se licenciar do mandato, Netinho será chamado para assumir o gabinete 939. O nome dele consta como primeiro suplente da coligação pelo PCdoB. Questionado sobre o possível imbróglio, um ex-ministro do TSE analisou que a questão não é tão simples quanto parece, e tem tudo para render uma boa briga no tapetão. “Quem cravar qualquer coisa pode errar. Isso pode, sim, parar na Justiça”, admite a fonte.
O blog tentou, mas não conseguiu contato com Netinho. Uma pessoa ligada a ele conta que o ex-cantor se considera o primeiro suplente e está pronto para assumir o cargo se necessário. Informou, inclusive, que o corintiano Netinho pretende participar ativamente do pleito deste sábado no papel de cabo eleitoral de Andrés Sanchez. O estafe de Netinho trabalha com a hipótese de que ele herdará o posto. Avalia ainda que o PCdoB não ganharia nada pedindo a vaga.
Andrés Sanchez pensa diferente. Na avaliação do deputado federal eleito com 169.834 votos, Luiz Cláudio Marcolino será o seu suplente no último dos quatro anos de mandato. Carioca de Nova Iguaçu, o senhor de 47 anos, mesma idade de Netinho, começou a carreira política, em São Paulo, ligado aos movimentos estudantis. Formado em economia, trabalhou em bancos e ocupou cargos nos governos de Luíza Erundina, Fernando Haddad e do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Na legislatura de 2011 a 2015, foi deputado estadual em São Paulo.
Promessa
Em uma carta enviada a amigos, Andrés Sanchez firmou um pacto caso seja eleito presidente do Corinthians. ”Sei que é difícil conciliar as funções de presidente do Corinthians com as de representante do povo paulista na Câmara Federal. Por isto, no dia em que assumir a presidência, me licenciarei temporariamente do cargo de deputado federal para dedicar-me integralmente ao clube”, assina. Na noite de quinta, ele reiterou ao blog que deixará a cadeira na Congresso Nacional.
Se mudar de ideia, Andres Sanchez pode ser mais um político presidente de clube de futebol. Arnaldo Faria de Sá, por exemplo, conciliou o cargo de deputado federal com o papel de mandatário da Portuguesa. Por um curto período, Eurico Miranda acumulou as funções no Congresso e no Vasco.
Parte interessada no possível pedido de licença de Andrés, o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, um dos líderes do PCdoB, não acredita na saída de Andrés. “Ele não vai se licenciar. Tem uns 20 deputados que presidem clubes”, argumenta ao blog. Questionado sobre qual será a postura do partido caso a decisão de Andrés se confirme, Orlando Silva revelou: “Nunca avaliamos essa hipótese”.
Presidente do Corinthians de 2007 a 2011, Andrés Sanchez conquistou em sua gestão os títulos da Série B de 2008, o Paulista e a Copa do Brasil em 2009 e o Brasileirão de 2011. Além disso, fez dois sucessores: Mário Gobbi Filho (2012-2015) e o atual mandatário Roberto de Andrade. Neste sábado, Andrés concorrerá ao segundo mandato contra Antonio Roque Citadini, Felipe Ezabela, Paulo Garcia e Romeu Tuma Júnior.
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