Quem planta tempo de trabalho colhe um time organizado e competitivo. Rogério Ceni entrega isso ao Bahia há um ano e sete meses. O triunfo por 1 x 0 contra o Nacional de Montevidéu é para ser saboreado. O primeiro do clube fora de casa na história da Copa Libertadores da América.
O Bahia não teve medo da camisa pesada de um tricampeão continental. Atacou o Nacional. Teve mais posse de bola dentro do Gran Parque Central: 56% x 44%. Finalizou praticamente o mesmo número de vezes do adversário: 13 x 11.
Estatísticas de lado, Rogério Ceni foi feliz na escolha de um dos principais reforços para a temporada. Erick Pulga desembarcou no clube no início deste ano. Acumula seis gols e cinco assistências em 19 jogos com a camisa tricolor. Dos cinco passes decisivos, dois foram nesta Libertadores contra o The Strongest na Pré-Libertadores.
O gol decisivo contra o Nacional foi belíssimo. A plasticidade do chute cruzado e a maneira como ele se posiciona para bater na bola e acertar o canto esquerdo do goleiro merecem câmera lenta. A bola chega desajeitada após uma dividida, pouco depois do bico esquerdo da grande área, e ele acerta uma baita finalização de perna direita. Mejía não defende.
Contratado por R$ 18,8 milhões aos 24 anos, Pulga havia participado com Léo Juba da trama do primeiro gol contra o Internacional na estreia na Arena Fonte Nova. Agora, é decisivo em Montevidéu. Encaixou no ataque ao lado de Luciano Rodriguez e de Cauly no sistema 4-3-3. Entrega justamente o que Rogério Ceni encomendou: um contra um aberto na ponta esquerda.
Além de Erick Pulga, destaco a partida do zagueiro David Duarte. O beque foi fundamental para combater o ponto forte do Bahia: a bola aérea. O defensor tem 1,92m ao lado de Kanu, um pouco mais baixo: 1,86m. A maior prova do Bahia foi a tão necessária maturidade em jogos traiçoeiras da Libertadores.
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