O presidente do Defensa y Justicia, José Lemme, confirmou na tarde desta quarta-feira, em entrevista ao blog, que o clube argentino prepara logística para enfrentar o Flamengo no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, na próxima quarta-feira (21). “Fomos informados sobre a mudança do estádio, nada mais”, respondeu o mandatário do atual campeão da Copa Sul-Americana 2020 e da Recopa Sul-Americana 2021, justamente aqui em Brasília, em abril, ao derrotar o Palmeiras nos pênaltis na finalíssima do torneio continental.
O “nada mais” do dirigente diz respeito à tentativa do Flamengo de realizar a partida de volta pelas oitavas de final da Libertadores com 25% da capacidade do Mané Garrincha, aproximadamente 17.500 torcedores imunizados com dose dupla ou única no caso específico da vacina Janssen, no mínimo 15 dias antes da partida, ou seja, até 6 de julho.
José Lemme diz não ter sido informado sobre essa possibilidade. Primeiro, ele lamentou. “Na verdade, o prejuízo é todo nosso (Defensa y Justicia), que não podemos jogar com público (na partida de ida desta quarta-feira, em Florencio Varela)”. Em seguida, avisou: “Cada um que assuma as suas responsabilidades, mas asseguro que nós não nos assustaremos se tivermos de jogar com público. Esperamos apenas que todos os planetas estejam alinhado e Deus esteja novamente conosco como naquela noite contra o Palmeiras”, brincou, referindo-se ao título da Recopa Sul-Americana, no Mané Garrincha.
O presidente afirmou que o clube já planeja a logística para a viagem a Brasília, considera a viagem longa e descarta a possibilidade de trazer torcedores ao Brasil caso haja presença de público no Mané Garrincha. “Não. Eu prefiro que as pessoas fiquem em casa e se cuidem. Nós estamos com muitos problemas aqui na Argentina”, descartou.
Como informou o blog em post anterior, o Flamengo aguarda a publicação no Diário Oficial do DF, provavelmente na edição desta quinta-feira, para dar início ao plano de comercialização dos ingressos online. Independentemente da liberação ou não da presença de plateia, o clube tem a liberação da Conmebol e a concordância do Defensa y Justicia para mandar a partida na capital do país. A seguir, os demais pontos da entrevista com o presidente José Lemme sobre o sucesso do emergente clube argentino.
O Defensa y Justicia é o atual campeão da Copa Sul-Americana e da Recopa. A que o senhor atribui esse desempenho extraordinário nas competições continentais?
José Lemme — Estamos contentes. É o resultado de um trabalho duro. Temos 86 anos e somente agora conquistamos dois títulos importantes. Hoje, nós temos conquistas que alguns clubes tradicionais da Argentina e da América do Sul não têm. Sentimos orgulhos disso.
O Defensa y Justicia é ousado na contratação de técnicos. Jorge Almirón, Ariel Holan, Hernán Crespo e Sebastián Beccacece, por exemplo, aproveitaram as oportunidades. Como vocês planejam essas contratações?
José Lemme — Temos pessoas que trabalham no clube que procuram treinadores alinhados com o nosso pensamento, principalmente com a nossa ideia de jogo, o nosso sistema. Sebastián Beccacece passou por aqui e conhece o nosso estilo de trabalho e de jogo.
O que o senhor chama de estilo do Defensa y Justicia?
José Lemme — Praticamos o futebol que a nossa torcida gosta. Gostamos da bola. Temos raça. Com isso e muito trabalho estamos colhendo os frutos que plantamos.
Defensa y Justicia perdeu Braian Romero para o River Plate. Foi uma grande perda?
José Lemme — Sim, mas nós temos como filosofia não impedir o crescimento, a evolução dos nossos jogadores. Aqui, não pagamos mais do que podemos. Somos um país com dificuldade econômica e respeitamos as nossas contas. Romero recebeu uma oferta excelente do River Plate. Não conseguiríamos segurá-lo. É um prestígio para nós negociar um jogador como Romero para um gigante como o River Plate.
O seu time tem fama de carrasco no Brasil. Eliminou São Paulo, venceu Santos, despachou o Vasco, eliminou Bahia e foi campeão da Recopa contra o Palmeiras. O Flamengo é o maior desafio nessa sequência impressionante?
José Lemme — Não é o adversário que queríamos, mas é o que temos (risos). Estamos confiantes. O Flamengo é muito técnico, tem um elenco impressionante, mas esperamos que os astros estejam alinhados ao nosso favor, como foi cotra o São Paulo, o Palmeiras e outros.
O Flamengo mudou de técnico. Lembra de Renato Gaúcho?
José Lemme — Sim, como não? Ele era um ponta. É um representante importante do futebol sul-americano. Desejo sorte a ele no Flamengo, menos hoje contra Defensa y Justicia.
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