A Polônia mexe com a vaidade do Brasil. No ano passado, conquistou o Mundial masculino de vôlei por 3 sets a 0 na competição disputada na Itália. Na temporada do futebol europeu, está a caminho de assumir o protagonismo — que um dia foi do futebol tupiniquim — e emplacar artilheiro em duas das cinco principais ligas nacionais do Velho Continente: Alemão e Italiano. As outras são dominadas pelos argentinos Lionel Messi (Espanhol) e Sergio Aguero (Inglês) e por Kylian Mbappé (Francês).
Para variar, Robert Lewandowski é o goleador isolado do Campeonato Alemão. Marcou 21 vezes. Tem quatro à frente do sérvio Luka Jovic. O centroavante de 30 anos pode arrematar a artilharia pela quarta vez em seis temporadas. Antes, conseguiu em 2014, 2016 e 2018.
O polonês tem uma missão mais difícil: secar Lionel Messi. Lewandowski divide a artilharia da Liga dos Campeões da Europa com o argentino. No entanto, o Bayern Munique deu adeus ao torneio nas oitavas de final contra o Liverpool, da Inglaterra. O Barcelona segue na competição e terá pela frente o Manchester United nas quartas de final. A missão é quase impossível.
Houve um tempo em que brasileiros disputavam a artilharia. O brasiliense Amoroso conseguiu na temporada 2002. Élber brilhou em 2003. Aílton na edição de 2004 e Grafite em 2009.
CHUTEIRA DE OURO 2018/2019
- Lionel Messi (Barcelona), 33 gols no Espanhol = 66 pontos
- Kylian Mbappé (PSG), 27 gols no Francês = 54 pontos
- Robert Lewandowski (Bayern Munique), 21 gols no Alemão = 42 pontos
- Fabio Quagliarella (Sampdoria), 21 gols no Italiano = 42 gols
- Krzysztof Piatek (Milan), 21 gols no Italiano = 42 gols
O Campeonato Italiano também pode ter um polonês artilheiro. Sucessor de Lewandowski na seleção do Leste Europeu, Krzysztof Piatek divide a liderança com o italiano Quagliarela no Calcio. Cada um tem 21 gols. Ambos são perseguidos de perto pelo colombiano Duván Zapata (20) e pelo português Cristiano Ronaldo (19). O lusitano estava lesionado.
Assim como na Alemanha, houve um tempo em que os artilheiros do Italiano eram brasileiros como Dino da Costa (1957), José Altafini, o Mazola (1962), Luis Vinicio (1966) e o brasiliense Amoroso (1999). Por sinal, o último goleador verde-amarelo por lá, ou seja, há 20 anos.
A boa fase de Lewandowski e Piatek lembra os tempos áureos do futebol polonês. Uma época em que a Polônia se orgulhava dos gols de Włodzimierz Lubański, segundo maior artilheiro da seleção; curtia Grzegorz Lato, artilheiro da Copa do Mundo em 1974; e desfrutava do versátil Zbgniew Boniek, que atuava como meia, segundo atacante e até centroavante. Terceiro colocado na Bola de Ouro da revista France Football em 1982, ajudou a Juventus a conquistar o Campeonato Italiano na temporada 1983/1984 e a Liga dos Campeões em 1984/1985. Sofreu o pênalti cobrado por Michel Platini no triunfo por 1 x 0 sobre o Liverpool.
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