Das panes na saída de bola e na bateria antiaérea ao golaço de Neymar: a vitória do Brasil sobre a Croácia

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Há quatro anos, Brasil e Croácia protagonizavam o jogo de abertura da Copa de 2014 na Arena Corinthians, em São Paulo. Dos 14 jogadores utilizados por Luiz Felipe Scolari naquela vitória por 3 x 1, apenas quatro participaram do triunfo deste domingo no amistoso disputado na casa do Liverpool. Restaram Thiago Silva, Paulinho, Marcelo e Neymar. Zlatko Dalic reciclou — e colocou em campo em Anfield Road — nove dos 13 escalados naquele 12 de junho: Lovren, Corluka, Vrsaljko, Modric, Rakitic, Brozovic, Perisic, Rebic e Kovacic.

Isso explica um pouquinho a dificuldade da Seleção no primeiro tempo da vitória por 2 x 0, gols de Neymar e de Roberto Firmino. Tite renovou o Brasil para a Copa da Rússia. A Croácia aposta na base de 2014. O adversário teve dois técnicos diferentes depois do Mundial do Brasil — Ante Cacic e o atual, Zlatko Dalic. Os pentacampeões também, com Dunga e Tite. Apesar do troca-troca, aparentemente a Croácia sofreu menos porque o elenco mudou menos. Normal.

O Brasil também sofreu no primeiro tempo devido ao uso de um sistema tático em fase de aprimoramento, ou seja, três volantes (Casemiro, Paulinho e Fernandinho) e três homens à frente— Willian, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus. Esse é o plano B em caso de emergência. Leia-se ausência de Neymar. A ideia havia sido testada na vitória por 1 x 0 sobre a Alemanha.

Com Neymar em campo, o Brasil ganhou dribles, verticalidade, alegria, o respeito do adversário e o mais importante: viu o craque marcar o primeiro gol da vitória. Depois disso, a Seleção voltou a ser aquela que conhecemos na era Tite. Paciente até liquidar o jogo na bela finalização de Roberto Firmino, aos 46 minutos do segundo tempo. Achei que Willian fez grande partida. Ele pede passagem há muito tempo para ser titular. Acho uma boa se levarmos em conta que o Brasil perdeu Daniel Alves. A escalação dos sonhos teria Willian na direita, Philippe Coutinho centralizado, Neymar aberto na esquerda e Gabriel Jesus ou Roberto Firmino no comando de ataque. Jesus ainda é o meu preferido. Atrás do quarteto, Casemiro e Paulinho em um suposto 4-2-3-1.

Continuo preocupado com uma jogada que ameaçou o Brasil pelo menos duas vezes: a bola aérea. No primeiro tempo, Modric cruzou na cabeça de Lovren. No segundo, Rebic obrigou Alisson a trabalhar. Alertei mais de uma aqui e nas edições do Correio Braziliense que os cinco gols sofridos pelo Brasil na era Tite começaram em lances de bola aérea. A Suíça e a Sérvia são perigosíssimas nesse fundamento. O amistoso contra a Áustria será um bom teste para corrigir os problemas antes da estreia na Copa do Mundo, em 17 de setembro, em Rostov.

A saída de bola também preocupou no primeiro tempo. Sob pressão, Miranda e Thiago Silva foram desarmados pela Croácia e deixaram o goleiro Alisson em apuros.

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Marcos Paulo Lima

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