Não faz um mês que o Brasil conquistou o bicampeonato no futebol masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio e o ouro começa virar milhões de euros nas contas de alguns clubes que toparam ceder seus jogadores para a Seleção convocada pelo técnico André Jardine. Dois titulares podem movimentar até 42 milhões de euros (R$ 277,2 milhões) depois do triunfo por 2 x 1 contra a Espanha, em 7 de agosto, no Estádio Internacional de Yokohama.
O meia-atacante Claudinho foi anunciado pelo Zenit São Petersburgo no último dia 13. O clube russo em que atua Malcom, autor do gol do título no segundo tempo da prorrogação, desembolsou 12 milhões de euros (R$ 73,92 milhões) pelo ex-jogador do Red Bull Bragantino.
Autor do primeiro gol do Brasil na decisão contra a Espanha, o centroavante Matheus Cunha está em Madrid para assinar contrato com o Atlético, atual campeão de La Liga. O clube da capital pensou em investir em Rodrigo Muniz do Flamengo, mas as três bolas na rede em Tóquio e a experiência na Bundesliga influenciaram na opção pelo artilheiro da Seleção olímpica na era André Jardine com 15 bolas na rede em 16 exibições.
Estima-se que a transferência de Matheus Cunha para o Atlético de Madrid custará entre 25 e 30 milhões de euros aos cofres do Hertha Berlim. Um belo negócio se levarmos em conta que o clube alemão pagou 18 milhões de euros ao Red Bull Bragantino pelo centroavante.
Reserva em Tóquio, o volante Matheus Henrique foi vendido ao Sassuolo no último dia 11. Assinou contrato de empréstimo com o clube italiano, que se compromete a comprar 100% dos direitos do jogador ao término da cessão, em junho de 2022.
Há possibilidade de outros negócios. A possível transferência de Kylian Mbappé do PSG para o Real Madrid gera especulação sobre possível ataque do clube francês ao Everton pelo brasileiro Richarlison, camisa 10 e artilheiro do Brasil com cinco gols no título olímpico.
O lucro do Grêmio, Red Bull Bragantino e do Hertha Berlim com seus campeões olímpicos repete o que aconteceu com outros clubes na estreia do ouro nos Jogos do Rio-2016.
Há cinco anos, em um mundo sem pandemia, Gabriel Jesus foi vendido ao Manchester City quando estava em Brasília na véspera da estreia da Seleção no torneio. O clube inglês desembolsou 32,75 milhões de euros (R$ 121 milhões) pelo camisa 9 canarinho.
O Santos também se deu bem com a conquista inédita da medalha de ouro. O Brasil levou o título em 20 de agosto de 2016. Seis dias depois, a Internazionale desembolsava R$ 108 milhões por Gabriel Barbosa, o Gabigol. O desempenho do atacante pesou. Ele formou quarteto ofensivo com Neymar, Gabriel Jesus e Luan durante a competição.
Outros clubes se beneficiaram com a vitrine olímpica. Dez dias depois do ouro, o Atlético-MG ganhou R$ 25 milhões com a venda do lateral-esquerdo Douglas Santos para o Zenit São Petersburgo, da Rússia. Mais dois jogadores foram vendidos seis meses depois da conquista: o volante Walace trocou o Grêmio pelo Hamburgo e o lateral William, o Inter, pelo Wolfsburg. Mais à frente, Thiago Maia saiu do Santos para o Lille, em outro sinal da valorização. Exemplos de que nem sempre vale a pena abrir mão da vitrine oferecida pela Seleção quando o caixa do clube está acima do desempenho esportivo.
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