Germán Cano: o 9 raiz que muitos times do futebol brasileiros deixaram passar. Foto: Lucas Merçon/Fluminense
Quem tem vida de milionário costuma esnobar o bom, bonito e barato, aquela comprinha básica em loja de departamento. A obsessão do Palmeiras por um camisa 9 de grife como Cavani, Castellanos ou Pedro deixou passar alternativas como Germán Cano. O argentino de 34 anos fez 24 gols e deu uma assistência em 2020 na primeira temporada com a camisa do Vasco. Entregou 19 bolas na rede e três assistências na segunda. Larga em 2022 com seis tentos e duas contribuições a bordo do Fluminense.
A excelente aquisição do Fluminense não teria resolvido o problema do Palmeiras?
É preciso ter cuidado com o discurso de que faltam centroavantes no mercado do futebol brasileiro. Se você deseja um Pedro, por exemplo, sim, há escassez. A questão central é que os clubes de ponta do país, e aí estamos falando de Atlético-MG, Flamengo, Palmeiras e do falso rico Corinthians, têm preferência por um fora de série capaz de resolver dramas ofensivos em um passe de mágica. Eis o problema: nem a Seleção Brasileira do Tite tem esse jogador. O PSG ostenta Messi, Mbappé e Neymar, mas carece de um 9 com o perfil de Benzema.
Centroavante extraclasse é artigo de luxo. Das oito seleções campeãs do mundo, apenas três têm centroavante raiz. A Inglaterra ostenta Harry Kane. A França desfruta do fora de série Karim Benzema e do estepe Olivier Giroud. O Uruguai conta com Cavani e Luis Suárez. As outras procuram esse cara.
O Brasil, que um dia levou à Copa da Alemanha Ronaldo, Adriano e Fred, procura um 8 meses do Mundial do Catar. Gabriel Jesus continua sendo a maior aposta de Tite. A Espanha reveza Morata, Ferran Torres e Raúl de Tomás na função. Fora do G-8, a Bélgica tem Lukaku; e a Polônia, o atual número 1 do mundo, Lewandowski.
O Palmeiras apostou na juventude ao contratar o promissor Rafael Navarro, mas tenho a impressão de que Germán Cano teria caído bem no ataque ao lado de Dudu e Rony. O time de Abel Ferreira cria bastante e a bola certamente chegaria nos pés de quem é oportunista e conhece muito bem os atalhos para colocar a bola no fundo da rede.
Em certo momentos, a fartura de dinheiro tira a sensibilidade para alternativas simples como a de Germán Cano. Ele poderia ter sido a referência que faltou ao ataque do Palmeiras no Mundial de Clubes da Fifa, por exemplo. Tarde demais. O argentino desembarcou nas Laranjeiras para ser reserva do Fred e pavimenta o caminho para virar titular.
O Flamengo tem Gabigol e Pedro. O Fluminense, Fred e Cano. Uns com tanto e outros com tão pouco. O Palmeiras segue à caça de um centroavante raiz para chamar de seu. Uma oportunidade estava no Rio. Bastava fazer a ponte aérea. Mas a presidente Leila Pereira e seus consultores deixaram passar. De vez em quando vale a penas fazer umas comprinhas humildes no mercado.
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