O dia em que chamei Jorginho de rubro-negro e fui interrompido para ouvir o contrariado técnico negar ¿ e contar que é de família vascaína

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Jorginho ganhou título em cima do xará Jorge Sampaoli à frente do Kashima

Crédito da imagem: Divulgação/Kashima Antlers

Apresentado como novo técnico do Vasco, Jorginho Campos deu uma entrevista em 6 de julho a mim, publicada no caderno Super Esportes do Correio Braziliense e reproduzida aqui no blog na mesma data. Lembro bem de três pontos do bate-papo que podem dar o tom da motivação de Jorginho em se consolidar como treinador — combustível pessoal para salvar o Vasco do terceiro rebaixamento em sete anos.

Quando pergunto se ele, como rubro-negro, voltaria a treinar o Flamengo depois de ser demitido em 2013 pelo atual presidente, Eduardo Bandeira de Mello, sou imediatamente interrompido ao telefone pelo tetracampeão. Ele se sentiu ofendido e tratou logo de deletar a imagem de torcedor rubro-negro deixada no fim dos anos 1980.

“Eu não sou rubro-negro, eu sou América-RJ. Eu comecei no Flamengo, tenho um carinho imenso pelo Flamengo, mas eu, de garoto, era vascaíno, família toda vascaína. Hoje, o meu coração é América-RJ”, explicou, passando a imagem de que, como treinador, é profissional e pode comandar qualquer time, ainda que seja o maior inimigo do… América-RJ!

Jorginho contou que fez estágio com Pep Guardiola na Alemanha. Logo, o Vasco do ex-lateral pode ter, quem sabe, alguns conceitos do guru catalão que comanda, atualmente, o Bayern de Munique. “Fiz um cursinho da CBF, procurei estudar bastante as tendências. Tudo isso para que, quando pintar uma oportunidade, eu esteja preparado e atualizado. Fui, por exemplo, a Munique, troquei ideias com o Pep Guardiola.  A gente tem um relacionamento próximo”.

Jorginho contou ainda que está faltando um título na carreira para decolar. “Não vejo a hora de isso (título) acontecer. Isso leva um treinador a outro patamar, dá um upgrade na carreira. O que eu espero na realidade é ter tempo para realizar um bom trabalho, como foi, por exemplo, no Figueirense”, lembrou, referindo-se ao sétimo lugar no Brasileirão de 2011.

Outro ponto interessante é a lembrança de que a maior conquista na carreira foi em uma final contra o técnico mais badalado e cobiçado das Américas — o argentino Jorge Sampaoli, campeão da Copa América à frente do Chile. “Em 2012, eu o enfrentei na decisão da Copa Suruga. É um grande treinador. Eu vi o quanto ele é diferenciado em termos de movimentação, de tudo, mas nós (Kashima Antlers) o ganhamos (risos)”.

A partida, que reúne, anualmente, o campeão da Copa Sul-Americana contra o vencedor da Copa da Liga Japonesa, terminou empatada por 2 x 2 no tempo normal, em 1º de agosto de 2012. Iwamasa e Renato Cajá marcaram para o Kashima Antlers, de Jorginho. Iwamansa novamente, desta vez contra, e Aránguiz descontaram para a Universidad de Chile. Nos pênaltis, Jorginho derrotou Jorge Sampaoli por 7 x 6 e conquistou um dos dois títulos da carreira. O outro foi justamente a Copa da Liga Japonesa, que deu acesso à Copa Suruga.

Marcos Paulo Lima

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