Jorge Jesus Luis Henrique Miguel e Jorge Jesus: advogado não nega declarações do cliente. Foto: Divulgação Luis Henrique Miguel e Jorge Jesus: advogado não nega declarações do cliente. Foto: Divulgação

O que o advogado de Jorge Jesus tem a dizer sobre as polêmicas declarações do Mister no Brasil

Publicado em Esporte

Luis Henrique Miguel é colunista do diário esportivo português Record. Assina artigo semanal em um espaço chamado “Advogado do Diabo” nas versões impressa e digital. Nesta terça, o profissional responsável pela confecção dos contratos de Jorge Jesus escreveu sobre a última passagem do cliente pelo Brasil. Abordou a entrevista do ex-técnico rubro-negro ao programa Bem, Amigos!, de Galvão Bueno, no SporTV, e enquanto assistia ao empate entre Lanús e Flamengo pela Libertadores, na casa do ex-presidente do clube da Gávea, Kléber Leite, divulgadas pelo colunista e blogueiro do UOL, Renato Maurício Prado. 

 

O título do texto de Luis Miguel é: Quem nunca? Em nenhum momento, o advogado nega o conteúdo das declarações de Jorge Jesus, mas se posiciona sobre os dois momentos. 

 

Inicia falando da entrevista ao Bem, Amigos! “Sobre as primeiras, convido todos aqueles que gostam de pensar pela sua própria cabeça a ver o programa na íntegra, para que possam de forma fundamentada e imparcial, fazer o seu juízo de valor, sem precipitações”. 

 

Sem seguida, aborda o post publicado por Renato Maurício Prado, no UOL. “Sobre aquelas que JJ terá produzido num círculo íntimo, atire a primeira pedra quem nunca, em PRIVADO, tenha proferido um comentário mais corrosivo a um camarada de profissão”, pondera. 

 

O profissional avalia o contexto da entrevista na cobertura de Kléber Leite. “Ao longo destes anos tenho assistido a conversas privadas, de jogadores, treinadores, jornalistas e/ou comentarista que, se as partilhasse publicamente, metade dos respectivos colegas não falaria com a outra metade e vice-versa. Às vezes, incluindo dentro do próprio clube, jornal e/ou TV. Empresários de futebol a falar mal uns dos outros, em privado e ao telefone, com dirigentes ou jornalistas ‘é mato’”, testemunha. 

 

Em seguida, defende Jorge Jesus das críticas recebidas depois da publicação do conteúdo. “Contudo, nas críticas que li de forma totalmente desmesurada ou de quem não tem legitimidade moral para as fazer, tenho a destacar três personagens: Hugo Cajuda (empresário de Paulo Sousa),, seu pai, Manuel Cajuda e José Mourinho.

 

O artigo contra-ataca declarações de Mourinho, atual técnico da Roma: “Sobre este último, falar de falta de ética é brincadeira. Estamos a falar da mesma pessoa que, em 2020, falou com meio mundo, por forma a tentar evitar que JJ fosse contratado pelo Benfica. Apesar da total ausência de ética e porque foi numa conversa privada que teve o azar de ser captada em escuta telefónica, nunca me pronunciei ou ajuizei”,diz. 

 

O advogado faz ponderações sobre o empresário de Paulo Sousa. “Quanto ao Hugo Cajuda e seu pai, a coisa é mais delicada, porque os conheço e sempre fui bem tratado. Contudo, tenho o dever de relembrar que quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao seu vizinho, cabendo-lhes fazer uma análise introspectiva e autocrítica na perspectiva ética e comportamental”, adverte.

 

Há uma ponderação em relação às declarações de Jorge Jesus. Uma dada ao Bem, Amigos!, sobre a saída do Benfica. “A única intervenção pública do Jorge menos conseguida e sujeita a correcção é aquela que decorreu da explicação mal conseguida sobre a sua saída do Benfica e os termos em que o acordo de rescisão foi alcançado, mas sobre isso estamos conversados”, explica. E conclui: “Em suma, ninguém fica bem na fotografia. Acredito que JJ (e todos nós) deve ter aprendido mais uma lição da vida e a ter mais cuidado com quem partilha os seus pensamentos.”

 

 

 

O ARTIGO NA ÍNTEGRA

Luis Henrique Miguel sobre Jorge Jesus no diário esportivo Record

 

QUEM NUNCA?

 

Declaração de interesses: Sou advogado de JJ. Isto porque o tema de hoje está relacionado com a sua recente ida ao Brasil e respectivas declarações. Divido o impacto das mesmas nas palavras públicas, no programa “Bem Amigos” e nas privadas, que alegadamente fez na casa do Sr. Kléber.

Sobre as primeiras, convido todos aqueles que gostam de pensar pela sua própria cabeça a ver o programa acima referido na íntegra, para que possam de forma fundamentada e imparcial, fazer o seu juízo de valor, sem precipitações.

Sobre aquelas que JJ terá produzido num círculo íntimo, atire a primeira pedra quem nunca, em PRIVADO, tenha proferido um comentário mais corrosivo a um camarada de profissão.

Eu, desde já faço aqui “mea culpa”! Estou fartinho de ver Colegas meus, Advogados e/ou Comentadores na TV e/ou em jornais a quem tenho criticado em ambiente íntimo ou confidente, pois entendo que se tratam de profissionais “fracos, incompetentes, mentirosos, vendidos, moralmente corruptos, vendedores de banha da cobra que não justificam o que ganham…” e sei lá mais o quê que já possa ter dito. Obviamente, publicamente e por respeito tal questão nunca se colocou ou colocará, a não ser que seja necessária a minha defesa ou de alguém a quem me caiba tal função.

Ao longo de destes anos tenho assistido a conversas privadas, de jogadores, treinadores, jornalistas e/ou comentadores que se as partilhasse publicamente, metade dos respectivos colegas não falaria com a outra metade e vice-versa. Às vezes incluindo dentro do próprio clube, jornal e/ou TV. Empresários de futebol a falar mal uns dos outros, em privado e ao telefone com dirigentes ou jornalistas “é mato”.

Contudo, nas críticas que li de forma totalmente desmensurada ou de quem não tem legitimidade moral para as fazer, tenho a destacar três personagens: Hugo Cajuda, seu pai Manuel Cajuda e José Mourinho.

Sobre este último, falar de falta de ética é brincadeira. Estamos a falar da mesma pessoa que em 2020 falou com meio mundo, por forma a tentar evitar que JJ fosse contratado pelo Benfica. Apesar da total ausência de ética e porque foi numa conversa privada que teve o azar de ser captada em escuta telefónica, nunca me pronunciei ou ajuizei.

Já quanto ao Hugo Cajuda e seu pai, a coisa é mais delicada, porque os conheço e sempre fui bem tratado. Contudo, tenho o dever de relembrar que quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao seu vizinho, cabendo-lhes fazer uma análise introspectiva e autocrítica na perspectiva ética e comportamental.

A única intervenção pública do Jorge menos conseguida e sujeita a correcção é aquela que decorreu da explicação mal conseguida sobre a sua saída do Benfica e os termos em que o acordo de rescisão foi alcançado, mas sobre isso estamos conversados.

Em suma, ninguém fica bem na fotografia. Acredito que JJ (e todos nós) deve ter aprendido mais uma lição da vida e a ter mais cuidado com quem partilha os seus pensamentos.

 

 

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