53509462139_4ef5d1f82e_c (1) Dois títulos nacionais em quatro meses: São Paulo ensaia uma nova dinastia. Foto: CBF Dois títulos nacionais em quatro meses: São Paulo ensaia uma nova dinastia. Foto: CBF

O peso do título da Supercopa Rei na reconstrução de um São Paulo copeiro

Publicado em Esporte

De repente, um clube que ficava de mãos vazias diante do revezamento hegemônico de Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras no cenário nacional, se vê no alto do pódio recebendo taças em decisões contra dois primos ricos do futebol brasileiro. Assim o São Paulo reconstrói a fama de copeiro e devolve a autoestima a uma torcida carente de troféus como o conquistado nos pênaltis no marcante Choque-Rei com duas torcidas no Mineirão, em Belo Horizonte.

 

Em setembro, o São Paulo derrotou o Flamengo por 2 x 1 no placar agregado da final da Copa do Brasil. Triunfo enorme diante do clube mais rico do país. Dono do elenco mais caro, sortido e técnico. O tricolor finalmente saiu da fila nas competições nacionais. A última faixa de campeão havia sido aquela no Bezerrão, em 2008, no jogo do tricampeonato no Campeonato Brasileiro.

 

O São Paulo ganhou a Copa do Brasil e a Supercopa Rei em quatro meses. A mais nova vítima da reorganização é o Palmeiras. Mais uma taça na mão diante do maior rival. Assim como Thiago Carpini, Hernán Crespo havia conseguido na final do Campeonato Paulista de 2021. Ambos contra o alviverde imponente de Abel Ferreira. Estão deixando o São Paulo voltar a ser copeiro.

 

Embora o título inédito tenha sido conquistado nos pênaltis depois de um jogo fraco no tempo regulamentar, o São Paulo superou baixas importantes na Supercopa. Disputou a final sem o técnico Dorival Júnior e viu o sucessor Thiago Carpini montar um time criativo e competitivo. Jogou sem o vendido Beraldo, os lesionados Rodrigo Nestor e Lucas Moura nem relacionou o meia colombiano James Rodríguez para a viagem até Minas Gerais. Mesmo assim, fluiu.

 

Rendeu porque, entre outras razões, o São Paulo parece ter encontrado sucessor para Rogério Ceni. Protagonista nos pênaltis, Rafael não cobra faltas nem faz gol como o maior ídolo tricolor, mas tem vocação para herói na decisão por pênaltis. Brilhou ao defender as cobranças do zagueiro Murilo e do lateral-esquerdo Piquerez e aumentou o cantinho no coração da torcida.

 

O Palmeiras tem cabeça fria e coração quente para empilhar títulos com bola rolando, mas coleciona frustrações em decisões por pênaltis. Uma atrás da outra. Faltam competência e equilíbrio emocional. Claro, as ausências do lesionado Dudu e de Endrick, cedido ao técnico Ramon Menezes para o Pré-Olímpico, seriam diferenciais relevantes na decisão.

 

Acostumado a competir nas raias do Atlético-MG e do Flamengo, o Palmeiras sente o vice diante de um adversário inferior, mas cheio de vontade de voltar a fazer parte do pelotão de elite do futebol brasileiro. Estão deixando o São Paulo chegar, voltar a tomar gosto por títulos. Quando isso acontece com o clube do Morumbi, a promessa de um ciclo vitorioso vindo pela frente.

 

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