Há um jogo recente que pode ser usado como modelo para Luiz Felipe Scolari na final deste sábado na final da Libertadores e Dorival Júnior deve tê-lo como referência para o duelo de hoje contra o Flamengo no Estádio Monumental de Guayaquil, no Equador. Em 2021, o Grêmio venceu o Flamengo por 1 x 0, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Cansado de perder para o time carioca, Felipão mudou a estratégia de um tricolor inferior tecnicamente e surpreendeu o então comandante rubro-negro Renato Gaúcho. Portaluppi contava à época com o chamado elenco de R$ 200 milhões.
Scolari montou um Grêmio justinho na marcação. Usou o sistema tático 4-4-2, congestionou a frente da área e quebrou o ritmo do jogo. O Flamengo não teve a intensidade de costume. Encaixotados na marcação, Michael e Gabriel Barbosa O técnico tricolor explorou a velocidade de Ferreira pela esquerda, apostou nas passagens do lateral-direito Vanderson, controlou a partida e deu muito trabalho ao sistema defensivo rubro-negro.
O Grêmio conseguiu compactar os setores e tirou espaço dos principais jogadores do Flamengo. O time gaúcho foi conquistando jardas até balançar a rede no fim do primeiro tempo com o atacante Borja. Renato Gaúcho mudou o time no segundo tempo, chegou a ter quatro atacantes de ofício em campo, mas não conseguiu romper o cinturão tricolor.
Nervoso, desfigurado e incapaz de furar o sistema defensivo do adversário, o Flamengo ainda cometeu pênalti. O colombiano poderia ter aberto o placar, mas desperdiçou. A virtude de Felipão naquela partida foi picotar a partida. A estratégia amarrou o Flamengo com base em muitos desarmes, interceptações e as chamadas faltas táticas. Ao travar a equipe carioca, o Grêmio tinha esporadicamente o que desejava: o contra-ataque.
Especialista em confrontos no qual seu time é inferior ao adversário, Felipão pode se inspirar nessa e em outras armadilhas do passado para deter o Flamengo. Cabe a Dorival Júnior escapar dos nós táticos propostos por Felipão. Um deles pode ser usar o garoto Vitor Roque em um papel semelhante ao que Gabriel Barbosa faz no Flamengo. Com liberdade para circular pelo gramado e abrir espaço para um falso ou verdadeiro nove. No caso de um centroavante, será Pablo. A outra alternativa é improvisar um atacante para tirar as referências de David Luiz e Léo Pereira e obrigá-los a sair à caça de atacantes leves.
Atormentaria também os laterais Rodinei e Filipe Luís, responsáveis por vigiá-los.
Nesse hipotético cenário, o jogo do Flamengo dependeria muito do entrosamento e da individualidade do quarteto de frente. Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Gabriel Barbosa e Pedro terão de acelerar a partida. Mais do que isso: recuar para ocupar espaços e tapar brechas.
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