Foda Foda tem a difícil missão de derrotar nas oitavas uma Itália invicta há 30 jogos. Foto: Marko Djurica/AFP Franco Foda tem a difícil missão de derrotar nas oitavas uma Itália invicta há 30 jogos. Foto: Marko Djurica/AFP

O dia em que Franco Foda, técnico da Áustria na Eurocopa, jogou no Mané Garrincha, em Brasília

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Aos 55 anos, o alemão Franco Foda tem o desafio neste sábado, às 16h, em Wembley, Londres, de fazer o que ninguém conseguiu nos últimos 30 jogos: parar a Itália. O técnico da Áustria faz belo trabalho. Passou da primeira fase na Eurocopa. Nas oitavas de final, terá pela frente uma Squadra Azzurra invicta, com 10 vitórias seguidas e há 11 jogos sem sofrer gol.

Inspiração não falta ao ex-líbero da Alemanha. Uma delas tem a ver com Brasília. Em 12 de dezembro de 1987, Franco Foda jogou no velho Mané Garrincha. Desembarcou na capital com a banda Ocidental do país ainda dividido para um amistoso contra o Brasil, de Carlos Alberto Silva. À época, Foda era liderado por Franz Beckenbauer. Os germânicos lambiam as feridas do vice na Copa do Mundo de 1986 contra a Argentina no início do ciclo para a conquista do tri, em 1990. Parte da preparação começou justamente com uma excursão pela América do Sul.

Franco Foda pisou no gramado do Mané Garrincha no segundo tempo. O então jogador do Kaiserslautern entrou no lugar de Michael Frontzeck no empate por 1 x 1. Batista e Reuter marcaram os gols do amistoso. O detalhe é que aquela Alemanha era um timaço.

Beckenbauer escalou, em Brasília, sete jogadores que conquistariam a Copa três anos depois no Estádio Olímpico de Roma contra a Argentina: Reuter, Buchwald, Kohler, Brehme, Matthäus, Thon e Jürgen Klinsmann. Foda era jovem. Tinha 21 anos. Provavelmente, a inexperiência o deixou fora da lista final de Beckenbauer para a Copa do Mundo.

 

A Alemanha que veio a Brasília

Immel;

Reuter, Buchwald e Kohler

Brehme (Hocbstatter), Herget, Schwabl (Odernewitz),  Matthäus, Thon e Frontzek (Franco Foda)

Klinsmann

 

Como jogador, Foda conquistou a Copa da Alemanha pelo Kaiserslautern na temporada de 1989/1990 e em 1992/1993 com a camisa do Bayer Leverkusen. Colecionou títulos, também, pelo Sturm Graz, na Áustria. Foi ali, no país vizinho da Alemanha, que ele começou a ganhar moral para assumir a seleção austríaca. No papel de técnico, levou o próprio Sturm Graz ao título da Copa da Áustria em 2009/2010 e ao título do Campeonato Austríaco em 2010/2011.

O treinador assumiu a Áustria em 14 de novembro de 2017 na vitória por 2 x 1 sobre o Uruguai. De lá para cá, acumula 38 partidas no cargo. Conseguiu duas séries de cinco vitórias consecutivas, uma delas encerrada por um derrota por 3 x 0 para o Brasil. Empilhou sete partidas sem perder em 2019. O triunfo mais expressivo foi justamente contra o país dele, a Alemanha, no amistoso pré-Copa do Mundo de 2018. A Áustria venceu por 2 x 1.

A prancheta de Franco Foda não tem jogadores como daquela Alemanha que veio a Brasília em 1987. Muito menos o Wunderteam da Áustria da semifinal da Copa de 1934, comandada por Hugo Meisl e que tinha Sindelar, o homem de papel, como astro. Ele conta com os excelentes Alaba (Real Madrid) e Sabitzer (Red Bull Leipzig), mas o momento e o retrospecto indicam favoritismo da Itália. São 17 vitórias dos tetracampeões mundiais, 8 empates e 12 vitórias da Áustria.

 

 

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