Safonov entregou o protagonismo que faltou a Rossi na final do Mundial. Foto: Divulgação/Fifa
O Corinthians conquistou o Mundial de Clubes da Fifa em 2000 porque, entre outros motivos, Dida foi gelado no tempo regulamentar e na prorrogação e defendeu uma cobrança de pênalti, a do lateral-esquerdo Gilberto, do Vasco. O São Paulo reinou em 2005 devido a uma exibição irretocável do ídolo Rogério Ceni contra o Liverpool. O Internacional triunfou em 2006 amparado pela atuação valente de Clemer. Último campeão intercontinental em 2012, o Corinthians ergueu o troféu graças aos milagres em série protagonizados por Cássio.
Para conquistar a Copa Intercontinental contra europeus na era moderna do torneio, times brasileiros precisam fazer um gol e dependem de uma apresentação perfeita do goleiro. O combo é inegociável. O Flamengo conseguiu balançar a rede uma vez com Jorginho em uma cobrança perfeita para empatar a decisão.
Faltou a noite de gala de Agustín Rossi. Herói tantas vez na temporada quase perfeita do Flamengo, o argentino divide com Carrascal o posto de pior jogador rubro-negro em campo. O gol do Paris Saint-Germain marcado pelo georgiano Kvaratskhelia saiu devido a um erro de Rossi. Ele não alcança a bola e ela chega limpa aos pés do craque do time francês.
Antes do gol, Rossi quase levou de cobertura do meia português Vitinha. Foi salvo pela revisão da arbitragem no lance em que tentou evitar escanteio com chutão e viu a bola cair nos pés de Fabián Ruiz. O espanhol finalizou para o fundo da rede, mas o juiz anulou.
Rossi mostrou várias vezes insegurança nas saídas pelo alto. Ficava pelo meio do caminho. Falhou no último lance do tempo regulamentar e deu a chance a Marquinhos decidir a final. O zagueiro brasileiro, capitão do PSG, furou dentro da pequena área. Jogou como beque.
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Rossi iniciou a disputa por pênaltis prometendo pegar duas cobranças. O russo Safonov dobrou a aposta e defendeu as cobranças de Saúl Ñiguez, Léo Pereira, Pedro e Luiz Araújo. O goleiro do Flamengo defendeu a batida de Barcola, viu o jogador eleito Bola de Ouro e Fifa The Best Dembélé isolar a cobrança dele, mas não foi suficiente.
A atuação infeliz de Rossi comprometeu a partida do Flamengo, mas não invalida o que ele e o Flamengo fizeram na temporada. Trata-se de um jogo isolado entre quase 80 na temporada. Afinal, o Flamengo só disputou a Copa Intercontinental porque Rossi foi o melhor jogador da Libertadores. Classificou o time nos pênaltis contra o Estudiantes.
O técnico Filipe Luís foi ao limite em um duelo tático de altíssimo nível com Luis Enrique. As portas do Flamengo seguem abertas para a renovação do contrato, mas a resistência “simeoneana” contra o PSG escancara o mercado europeu para o jovem treinador. Pedro perdeu pênalti, mas o sacrifício do camisa 9 para ajudar o clube não deve ser esquecido.
O ano quase perfeito do Flamengo termina com sete troféus: Guanabara, Carioca, Supercopa Rei do Brasil, Brasileirão, Libertadores, Desafio das América e a Copa Challenger, fases anteriores ao duelo com o PSG pela Copa Intercontinental. Sob o comando de Filipe Luís, o time só não ganhou a Copa do Mundo de Clubes da Fifa no meio do ano, nos Estados Unidos, e a Copa Intercontinental. Ele foi eliminado na Copa do Brasil nas oitavas de final neste ano, mas conquistou o mata-mata nacional em 2024. Brilhante.
Mais do que os títulos e a partida valente contra o PSG, a torcida do Flamengo precisa entrar na máquina do tempo e refletir: se alguém dissesse em 2012 que 13 anos depois o Flamengo disputaria três jogos oficiais contra Chelsea, Bayern de Munique e Paris Saint-Germain cortando na própria carne, pagando dívidas e reinventando o clube financeiramente, seria chamado de doido. A realidade é essa.
O clube se despede de 2025 com taças e as lembrança de ter vencido o Chelsea por 3 x 1 na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, ter feito jogo duro com o Bayern de Munique nas oitavas de final e perdido nos pênaltis para o melhor time do planeta na atualidade comandado por um técnico magnífico como Luis Enrique. Feliz Ano-Novo, Nação!
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