Neymar, Jesus, Luan e Gabigol: os altos e baixos do quarteto que levou o Brasil ao inédito ouro olímpico

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O maior legado de Rogério Micale na conquista inédita da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 foi a ousadia, coragem (ou loucura?) de adaptar a Seleção Brasileiro ao 4-2-4 para colocar em campo quatro atacantes. Anunciado como reforço do Corinthians, Luan virou titular durante o torneio no lugar do meia Felipe Anderson. Passou a formar o quarteto ofensivo com Neymar, Gabriel Barbosa e Gabriel Jesus. Deu outra cara ao time a partir da goleada sobre a Dinamarca.

Os quatro atacantes poderiam ser mais úteis a Tite. Aliás, o treinador incluiu três deles na lista quando fez a primeira convocação no cargo de técnico da Seleção: Neymar, Gabigol e Jesus. Eles até poderiam ter ido juntos à Copa do Mundo 2018 se não fossem tão irregulares, bipolares, cheios de altos e baixos. Este é o Luan que Tite não quis levar para a Rússia. Este é o Luan que Tiago Nunes terá de recolocar nos trilhos no Corinthians. Para sorte do Timão, o novo treinador passou pela base do Grêmio em 2013-2014 e sabe com quem está lidando.

Luan viveu dias de cinderelo em 2017. A fada madrinha transformou um plebeu do Grêmio em Rei da América. Foi símbolo do baile de gala do tricolor gaúcho na conquista da Libertadores. Um dos vice-artilheiros e eleito pela Conmebol o melhor jogador da competição. Tite passou a ser questionado sobre a ausência de Luan nas convocações e na Copa do Mundo. Mas, como em um passe de mágica, o encanto acabou. Luan voltou a ser plebeu no Grêmio. Perdeu a majestade para Everton Cebolinha, que passou a ser a referência do time e conquistou espaço na Seleção Brasileira neste ano ao substituir Neymar na conquista da Copa América.

Como no conto, o Corinthians chegou ao Grêmio procurando o dono da chuteira perdida nos degraus do baile em que o Grêmio brilhou na temporada 2017. O calçado coube no pés de Luan e a Fiel torce para que o casamento com o bando de loucos seja um sucesso.

Rei da América em 2017, Luan tentará reencontrar o bom futebol no Corinthians

A irregularidade na carreira não é exclusividade de Luan. Neymar não é Neymar desde que arrebentou na campanha do Barcelona no título da Champions League de 2015. Fez o gol do título contra a Juventus e dividiu a artilharia do torneio com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Ficou em terceiro lugar no prêmio de melhor do mundo da Fifa. Depois disso, brilhou nas Olimpíadas, fracassou na Copa da Rússia e faz mais barulho fora das quatro linhas do que dentro de campo no Paris Saint-Germain.

Gabriel Jesus foi vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro pelo Palmeiras, mudou-se para o Manchester City, porém, ainda não conseguiu provar capacidade para peitar Sergio Aguero e manda-lo definitivamente para o banco de reservas. Vive de lampejos no clube inglês. Ganhou de Tite a camisa 9 na Copa da Rússia e passou o torneio inteirinho sem balançar a rede.

O xará Gabriel Barbosa embarcou para aventura na Europa depois do ouro olímpico. Não se encaixou na Internazionale, foi emprestado ao Benfica e só voltou a operar no modo “Gabigol” no futebol brasileiro. Artilheiro do Brasileiro 2018 pelo Santos com 18; e de 2019 pelo Flamengo com 25. Estreará no Mundial de Clubes da Fifa na terça-feira contra o Al-Hilal, em Doha, no Qatar, com 43 bolas na rede em 57 exibições no ano. Sem contar as 11 assistências. Do quarteto do ouro olímpico, é  quem vive o melhor momento. Imprescindível. Meu ranking da boa fase tem Gabriel Jesus em segundo, Neymar em terceiro e Luan na lanterna.

A esperança do Corinthians é que Luan volte ter dias de Luan e assuma o papel de referência de um time carente de talento, de gols, de um ídolo capaz de pirar (ainda mais) o hospício. À distância, Tite também torce para que dê certo. Ou você, como Rogério Micale, não gostaria de ter Luan, Neymar, Gabriel Barbosa e Gabriel Jesus juntos no ataque do seu time?

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Marcos Paulo Lima

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