Neymar completa hoje seis anos de Seleção num jogo de risco em Salvador

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Como diz a música do Cazuza, o tempo não para. Exatamente hoje, faz seis anos que Neymar estreou com a camisa da Seleção Brasileira principal. Foi em 10 de agosto de 2010, em Nova Jersey, na vitória por 2 x 0 sobre os Estados Unidos em um amistoso no Estádio New Meadowlands, hoje chamado de MetLife Stadium. Neymar precisou de 28 minutos para usar a cabeça e fazer o primeiro gol dele pela amarelinha. Seis anos depois, está sob pressão aqui na capital baiana. Terceiro jogador mais velho de uma Seleção Olímpica em apuros, tem a missão de ser o salvador de uma pátria ameaçada de ser eliminada na fase de grupos. Em casa!

A conta da estreia naquele 10/8/2010 até este 10/8/2016, Neymar está disputando a sétima competição com a camisa da Seleção. Ganhou o Sul-Americano Sub-20 (2011) e a Copa das Confederações (2013). Perdeu a final dos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Na Copa do Mundo de 2014, terminou em quarto lugar. Participou de duas Copas Américas (2011 e 2015) e não conseguiu passar das quartas de final. Hoje, vive um dia decisivo. Em caso de vitória sobre a Dinamarca, na Arena Fonte Nova, o Brasil avança às oitavas. Derrota representa um novo 7 x 1.

Neymar chega ao jogo de hoje em sua pior fase com a amarelinha. Não faz gol há seis jogos — três pela principal e outras três na olímpica. No segundo empate por 0 x 0 em Brasília, diante do Iraque, ouviu gritos de “Marta” das arquibancadas. Em vez de dar a cara a tapa e falar sobre o momento crítico da Seleção Olímpica, fugiu da responsabilidade de capitão e evita o contato com a imprensa. Renato Augusto, que tem assumido o papel de líder, revelou que foi ao quarto de Neymar, em Brasília, bater um papo na tentativa de levantar o astral do camisa 10.

Desde a estreia em 2010, Neymar fez 46 gols em 70 jogos. É o maior artilheiro em atividade da Seleção Brasileira. Mas precisa brilhar, desequilibrar partidas decisivas como a da noite desta quarta-feira aqui em Salvador. É a maneira mais curta de calar os críticos. E despertar a paixão não correspondida de torcedores que carregam o nome do ídolo nas costas. Alguns, até, decidiram riscá-lo e trocar Neymar por Marta. Triste constatação para quem, há seis anos, despontava como maior esperança do futebol brasileiro. Ainda é, mas uma eliminação precoce hoje, na fase de grupos dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, pode ser o maior vexame da curta história de Neymar na Seleção Brasileira.

Afinal, no futebol, nem sempre é a primeira impressão que fica. Aquela da estreia de Neymar, em 10/8/2010. Pode ser a última, a de hoje aqui em Salvador, em 10/8/2016.

Marcos Paulo Lima

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