Jose Rocha José Rocha quer discutir o impacto da Copa em novembro no calendário. Foto: Divulgação José Rocha quer discutir o impacto da Copa em novembro no calendário. Foto: Divulgação

“Não queremos viajar”, afirma deputado José Rocha sobre acompanhar preparativos do Brasil para Copa

Publicado em Esporte

Autor do requerimento aprovado na semana passada pela Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados para criação de um Grupo de Trabalho para acompanhar a preparação da Seleção Brasileira de futebol masculino para a Copa do Mundo, o deputado José Rocha (União-BA)  disse nesta terça-feira em entrevista ao blog que não há hipótese alguma de parlamentares irem ao Mundial no Catar, de 21 de novembro a 18 de dezembro,  com dinheiro público. Ele alegou, entre outros motivos, a mudança no período de disputa da Copa e o impacto no processo eleitoral e no futebol como motivações o controverso plano de criação do grupo. 

 

Na semana passada, o blog publicou que havia um requerimento na pauta da Comissão de Esporte, desde julho, solicitando a criação do grupo. A aprovação ocorreu na última quarta-feira. “A intenção não é viajar. Não queremos ir ao Qatar acompanhar a Seleção fisicamente. A criação desse Grupo de Trabalho não gera despesa de nada. isso de ir ao Catar não existe. Não estamos querendo viajar. O nosso interesse não é esse, e isso é impossível”, reforçou José Rocha por diversas vezes na conversa. 

 

Questionado, então, sobre o que pretende de fato com a criação do Grupo de Trabalho, o deputado divagou. Apontou como uma das motivações o impacto da realização da Copa do Mundo em novembro, e não no meio do ano, como de costume, no calendário do futebol brasileiro e até mesmo das eleições. Na interpretação do político, a realização do torneio antes de o povo brasileiro ir às urnas tinha poder de influência no humor do eleitor. 

 

“Queremos avaliar o impacto dessa mudança em anos de Copa no processo eleitoral e na vida dos clubes. Não se trata de querer chamar o Tite ou alguém da CBF para explicar como o Brasil vai jogar, mas, sim, de entender a complexidade desse calendário”, argumentou. 

 

Lembrado de que a realização da Copa em novembro nesta edição é exceção e não regra devido ao calor insuportável no Catar no meio do ano, José Rocha questionou: “Então a Copa do Mundo terá de ser disputada de acordo com a conveniência do clima em cada país? Como fica no casa da Rússia, onde é frio? Queremos saber até que ponto essas mudanças prejudicam o calendário do futebol brasileiro”, reforçou o parlamentar.  

 

As respostas são simples. A edição de 2018 da Copa do Mundo foi disputada justamente na Rússia, em um verão suportável. Em contrapartida, a realização do torneio no meio deste ano, no Catar, seria inviável. As repescagens internacionais rolaram no país árabe à noite depois de o termômetro ultrapassar a marca dos 40 graus durante o dia. A Copa de 2026, no México, Canadá e EUA, voltará à programação normal, ou seja, no meio do ano. 

 

Aprovado na Comissão de Esportes, o Grupo de Trabalho pode ter até 11 deputados e 11 suplentes. Segundo o deputado José Rocha, ninguém se manifestou ainda para fazer parte da equipe e reclamou da repercussão negativa do requerimento aprovado na Comissão de Esporte. 

 

Siga no Twitter: @marcospaulolima

Siga no Instagram: @marcospaulolimadf