Não dá mais para viver de badalação: Jorge Sampaoli e o Atlético-MG precisam conquistar títulos

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Jorge Sampaoli é a cara do Atlético-MG. Vai ter “Galo Doido” no restante do Campeonato Mineiro e no Campeonato Brasileiro. A contratação do argentino de 56 anos, que completará 60 no próximo dia 13, é garantia de bom futebol, criatividade, intensidade, reinvenção. Porém, incerteza em relação a títulos. Ele não conquista troféu por times desde o Torneo Apertura de 2012 à frente da Universidad de Chile — melhor trabalho do argentino da cidade de Casilda em clubes.

As equipes comandadas por Sampaoli costumam ser muito competitivas. Impossível negar.  Vencedoras, raramente. As únicas taças de Sampaoli à frente de times foram à frente da Universidad de Chile. O Santos do ano passado foi vice-campeão do Brasileirão. Sampaoli e Atlético necessitam de títulos. Não dá mais para ambos viverem apenas de badalação. Os únicos títulos alvinegros depois a Copa do Brasil de 2014 foram dois estaduais (2015 e 2017).

Com as eliminações nas copas Sul-Americana e do Brasil, o Galo tem apenas duas competições pela frente: o Mineiro e o Brasileirão. O Galo não conquista o principal título nacional desde 1971. Esta abstinência precisa ser avisada a Jorge Sampaoli. Enquanto mais da metade dos times da Série A estarão envolvidos em competições paralelas, a equipe mineira poderá se concentrar nas 38 rodadas da maratona da primeira divisão. É preciso tirar vantagem disso.

Últimos trabalhos de Sampaoli à frente de clubes

  • Sevilla-ESP
    2016/2017
    – Supercopa da Europa: vice-campeão (Real Madrid campeão)
    – Supercopa da Espanha: vice-campeão (Barcelona campeão)
    – Campeonato Espanhol: quarto lugar (Real Madrid campeão)
    – Champions League: oitavas de final (eliminado pelo Leicester City)
    – Copa do Rei: oitavas de final (eliminado pelo Real Madrid)
  • Santos
    2019
    – Campeonato Paulista: semifinais (eliminado pelo Corinthians)
    – Copa Sul-Americana: primeira fase (eliminado pelo River Plate-URU)
    – Campeonato Brasileiro: vice-campeão (Flamengo campeão)
    – Copa do Brasil: oitavas de final (eliminado pelo Atlético-MG)

O Santos não tinha um elenco à altura de Flamengo e Palmeiras, mas foi vice-campeão. Peitou o Flamengo no Maracanã naquela derrota por 1 x 0, mas deu o troco na última rodada ao golear a trupe de Jorge Jesus, na Vila Belmiro, por 4 x 0. Foi goleado por 4 x 0 pelo Palmeiras no primeiro turno do Brasileirão, mas deu o troco em casa por 2 x 0 no segundo.

Os atleticanos precisam torcer para que o Jorge Sampaoli do Galo seja aquele da vitoriosa passagem pela Universidad Catolica ou da inédita conquista da Copa América 2015 pela seleção do Chile, ou seja,  capaz de jogar bonito e de ser campeão. Ganhou o Torneo Apertura em 2011 e 2012, o Clausura em 2011 e a Copa Sul-Americana em 2011. Chegou às semifinais da Libertadores em 2012, e foi vice da Copa Suruga e da Recopa Sul-Americana.

Na passagem por outros clubes, jogou bonito, competiu, mas não empilhou taças. Amargou o vice do Campeonato Equatoriano com o Emelec, em 2010; quarto lugar no Campeonato Espanhol na temporada 2016/2017 — competindo com Barcelona e Real Madrid; e vice brasileiro no ano passado comandando o Santos. Pelo Sevilla, amargou vices nas Supercopa da Europa e da Espanha em 2016. Esperto, Sampaoli deve ter aprendido que ser vice só é jogo para suplente de presidente do Brasil. Três assumiram o poder na Nova República: José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer. Portanto, Sampaoli e Atlético precisam de título.

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Marcos Paulo Lima

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