Dorival Júnior Dorival Júnior é um dos fiscais do refinanciamento das dívidas dos clubes. Foto: Gilvan de Souza Dorival Júnior é um dos fiscais do refinanciamento das dívidas dos clubes. Foto: Gilvan de Souza

Muito além de técnico do Flamengo: a influência de Dorival Júnior em Brasília como fiscal da APFUT

Publicado em Esporte

Dorival Júnior desembarca nesta sexta-feira, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, usando uniforme de técnico do Flamengo, mas o treinador responsável pela reação rubro-negra na temporada também costuma vir à capital do país de terno e gravata ou no mínimo usando blazer para importantes reuniões na Esplanada dos Ministérios. Quando o encontro não é presencial, ele mantém a assiduidade nos encontros por videoconferência.

 

O senhor de 60 anos é um dos membros da Autoridade Pública de Governança do Futebol (APFUT).  Criada em 2015, a APFUT é responsável por julgar e avaliar as eventuais denúncias em relação a irregularidades cometidas por entidades desportivas profissionais que aderiram ao refinanciamento das dívidas. Dorival Júnior ocupa a vaga destinada aos técnicos de futebol e tem como suplente na cadeira Vágner Mancini, treinador do América-MG. Quando Dorival não pode participar dos encontros, aciona imediatamente o reserva para sair do banco.

 

O conselho presidido por Thiago Froes é vinculado à secretaria especial do Esporte e ao ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento. O grupo tem poder de arquivar as denúncias, advertir, dar prazo para correção ou pedir a exclusão da entidade do programa. Os dados mais recentes acessados pelo blog indicam que 137 associações parcelaram suas dívidas. Algumas não cumprem contrapartidas, são investigadas e vão a julgamento no plenário da APFUT.

 

Em 13 de julho, por exemplo, o órgão fiscalizador excluiu vários clubes do programa de refinanciamento das dívidas. A maior por inadimplência. As irregularidades são punidas com advertências e até mesmo o banimento do auxílio à reestruturação econômica dos clubes. Neste mês, o conselho baniu três times tradicionais: Tupi, Vitória, Náutico e Paysandu.

 

O recadinho aos excluídos costuma ser curto e grosso. O exemplo do castigo a um clube mineiro: “A Autoridade Pública de Governança do Futebol (APFUT) declara a decisão proferida pela exclusão do Tupi do parcelamento no âmbito do Programa de Modernização de Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT)”, diz o despacho.

 

Recentemente, um clube do DF foi a “júri” no plenário da APFUT. O Brasiliense recorreu e teve êxito parcial. “O plenário da APFUT, por maioria, deu provimento parcial ao recurso administrativo para reformar a decisão recorrida, aplicando a pena de advertência e concedendo ampliação do prazo para 180 (cento e oitenta) dias face aos incisos, bem como suspender a advertência e converter em novas diligências até o trânsito em julgado da decisão judicial que trata os incisos I e VI do art. 4º da Lei 13.155/2015”, diz o despacho.

 

Além de Dorival Júnior e Vágner Mancini, os dirigentes Guilherme Bellintani e Marcelo Paz representam os clubes. Deco e Ricardo Rocha ocupam as cadeiras destinadas aos jogadores. Os árbitros participam do debate com Renato Marsiglia e Gutemberg de Paula Fonseca. Os executivos de futebol Thiago Scuro, CEO do Red Bull Bragantino, e Pedro Daniel, da Ernst & Young, estão no grupo de Fomento ao Futebol.

 

A escolha dos nomes é feita da seguinte forma: cada associação ou confederação convidada sugere até três nomes. Eles são avaliados pelo Conselho Nacional do Esporte (CNE), que reúne 20 pessoas, entre ex-jogadores, dirigentes e integrantes do governo. Do CNE saem os cinco nomes escolhidos, mas eles também dependem de aval do secretário especial do Esporte. O mandato é de três anos. As atividades não são remuneradas. Apenas os gastos com passagens, hospedagem e alimentação nos dias de reuniões.

 

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