Símbolos da campanha: Rony foi de titular a reserva; Endrick de reserva a titular. Foto: Cesar Greco/Palmeiras
A maior mensagem do iminente bicampeonato do Palmeiras no Campeonato Brasileiro em anos consecutivos é o respeito ao tempo de trabalho. O caminho alviverde para o título é mais curto porque Abel Ferreira tem três anos e 26 dias de trabalho no clube paulista. Simples assim.
O português de 44 anos tem o elenco na palma das mãos. Sabe manuseá-lo dos pés à cabeça. Abel está preste a levar o time ao título depois de perder o volante Danilo e o meia Gustavo Scarpa para o futebol europeu e de ficar sem Dudu e provavelmente Rony na reta final. Não é pouco. Trata-se de praticamente meio time.
Um diferencial de Abel é o desapego às obras acabadas. Reclama da carência de material humano, porém não tem preguiça de sair da zona de conforto e reinventar sistemas táticos e funções quantas vezes forem necessárias. Ele colocou o time do avesso e achou soluções enquanto o Botafogo derretia na liderança.
Enquanto os concorrentes ficavam afoitos com a abertura do campeonato, ele mantinha a cabeça fria e o coração quente do elenco foçados nos atalhos para a tomada da dianteira. Quando ele parecia ter perdido o controle da temporada na série de seis jogos sem vencer, quatro uu na Série A e dois na Libertadores com direito a eliminação nas semifinais contra o Boca Juniors, a terapia de grupo funcionou novamente.
O Palmeiras tem variações com linhas de três ou de quatro defensores. Tem repertório para usar dois laterais-direitos ao mesmo tempo em distintas funções. Turbina o excelente Piquerez na ala esquerda. Delega o protagonismo do time a um protótipo de fora de série de só 17 anos: Endrick. Passa a deixar intocáveis como Rony e Arthur no banco de reservas devido à má fase.
Tudo isso devido ao tempo de trabalho, ao êxito na gestão do grupo, ao respeito do plantel por ele, a fé inabalável nos planos de jogo, alguns totalmente baseados na anulação dos pontos fortes dos adversários e na exploração das fragilidades dos oponentes. Sem contar a estabilidade oferecida pela diretoria. Certa ou errada, a presidente Leila Pereira chamou atenção para si na maior crise da era Abel. Tirou o treinador do foco, matou bolas no peito e saiu jogando como se nada estivesse acontecendo.
O Brasileirão costuma ser justo na era dos pontos corridos. Não premiaria um Botafogo comandado por cinco técnicos diferentes, um Flamengo treinado por três ou um Atlético-MG escalado por dois profissionais distintos. Grêmio, Red Bull e Fluminense sustentam os donos da prancheta desde o início, no entanto não acompanharam o ritmo da competição como o workaholic Abel Ferreira. O lusitano ostenta 244 jogos no papel de técnico do Palmeiras. O mais próximo dele é Juan Pablo Vojvoda, com 196.
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