Jogo de abertura da última Copa com 32 países foi trailer do que veremos com 48 em 2026

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A vitória do Equador contra o Catar na partida de abertura da Copa do Mundo aqui no Estádio Al-Bayt, em Al Khor, no meio do deserto árabe, foi uma espécie de spoiler do que os devotos da religião futebol devem testemunhar daqui a quatro anos no Canadá, Estados Unidos e no México. Essa é a última edição do torneio com 32 países. A próxima será a primeira com 48. Resumindo: a tendência é o aumento de duelos amenos, de baixa qualidade como o de hoje. Talvez, a solução da Fifa seja voltar a exigir a presença do atual campeão no primeiro jogo.

O resultado prático disso foi sentido no estádio. No país da ostentação, os quitutes oferecidos nos espaços VIP da arena pareciam mais saborosos do que o testemunhado no gramado. Abarrotada na bela cerimônia de abertura, a arquibancada teve clarões durante a partida. As cadeiras vermelhas desocupadas chamaram mais atenção do que o segundo tempo desinteressante para quem exige, ou pelo menos deveria, qualidade no espetáculo.

O Equador não tem nada a ver com isso. Muito menos o elétrico Enner Valencia, o primeiro cara do jogo eleito pelo grupo de estudos técnicos da Fifa. Fez dois gols e seriam três se o VAR não tivesse anulado corretamente a bola na rede aos dois minutos de jogo.

Para quem só acompanha Copa, o Catar deixou a sensação de ser fraco. Nem tanto. É o atual campeão da Copa da Ásia. Derrotou o Japão na final. Fez bom papel na Copa América como convidado em 2019 e alcançou as semifinais na Copa Ouro da Concacaf no ano passado.

O técnico Félix Sánchez Bas disse à imprensa que a estreia do Catar teve 12 anos de preparação. Tempo insuficiente para se impor contra um Equador muito bem treinado pelo técnico argentino Gustavo Alfaro. Basta lembrar como endureceu o jogo no duelo em casa contra o Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Tite sofreu com um jogador a menos depois da expulsão do lateral-direito Emerson Royal na altitude de Quito.

Primeiro anfitrião derrotado na partida de estreia em 92 anos de Copa do Mundo, o Catar arrisca repetir o fracasso da África do Sul. Em 2010, os Bafana Bafana também organizaram uma festa linda na primeira edição disputada no continente africano e não passaram da primeira fase. O filme está prestes a se repetir. Essa era a final dos anfitriões. Eles dificilmente vencerão Senegal e/ou a Holanda, favoritaça do grupo. O Equador pavimentou o caminho para retornar às oitavas de final, o que só aconteceu na edição de 2006, na Alemanha.

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Marcos Paulo Lima

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