Presidente da República, Jair Bolsonaro durante partida de futebol Brasil e Argentina Bolsonaro vê Brasil x Argentina na Copa América 2019: frequente nos jogos da Seleção. Foto: Carolina Antunes/PR Bolsonaro vê Brasil x Argentina na Copa América 2019: frequente nos jogos da Seleção na edição passada. Foto: Carolina Antunes/PR

Jogada ensaiada: Bolsonaro e Ibaneis não irão ao jogo de abertura da Copa América

Publicado em Esporte

A menos que haja reviravolta neste domingo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, que costuma surpreender em cima da hora; e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, não irão ao Mané Garrincha para o jogo de abertura da Copa América entre Brasil e Venezuela, às 18h. Assistirão ao jogo de casa. O procedimento é idêntico na decisão da Supercopa do Brasil, em abril, entre Flamengo e Palmeiras, realizada no mesmo estádio.

Há dois anos, Bolsonaro desembarcou com a comitiva no Morumbi, em São Paulo, e viu, da tribuna, a estreia da Seleção contra a Bolívia. Na semana passada, o Gabinete de Segurança Institucional sinalizou que o chefe de estado iria à arena. Inclusive acompanhou a distância o planejamento da cerimônia de abertura, mas houve uma desmobilização nos últimos dias.

Bolsonaro costuma dar dribles em cerimoniais. Bate o martelo sobre a ida ou não ao estádio 30 minutos antes de jogos ou de eventos no Mané Garrincha. Em fevereiro do ano passado, mudou de ideia pelo menos três vezes sobre a presença no evento evangélico The Send Brasil. Apareceu de surpresa em jogos poucos prováveis do Mundial Sub-17 da Fifa, no Estádio Bezerrão, no Gama.

O blog apurou que, até a última quinta-feira, a quantidade de pedidos de informações sobre credenciamento e acesso ao estádio era grande por parte de emissários dos governos local, federal e de parlamentares. De uma hora para outra, o ritmo desacelerou. Uma fonte relata que houve ordem para que a presença de políticos no Mané Garrincha fosse evitada. A razão é óbvia: o desgaste causado pela transferência do torneio da Argentina e da Colômbia para o Brasil.

Outra fonte relata que os protocolos exigidos pela Conmebol assustaram e “cancelaram” algumas carteiradas de quem estava à caça de um cantinho na arena. Jornalistas credenciados para a cobertura, por exemplo, precisam fazer o teste PCR 48 horas antes da realização de cada partida e enviar o resultado para um aplicativo específico. Só assim têm acesso ao estádio. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios também intimidou pedidos e tem fiscalizado o cumprimento dos protocolos sanitários da Secretaria de Saúde e da própria Conmebol.

Na vitória por 2 x 0 sobre o Qatar, em 2019, ainda no velho normal, as tribunas do Mané Garrincha lembrava o vaivém no Congresso Nacional. Além dos principais ministros de Bolsonaro, parlamentares como Romário e Alexandre Frota estavam por lá. O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, o ex-governador do Rio, Wilson Witsel, dois filhos de Bolsonaro, Flávio e Jair Renan e deputados como Marco Feliciano transitaram pelo buffet oferecido aos políticos.

Os espaços de Bolsonaro e de Ibaneis na tribuna de honra do Mané estavam reservados para a abertura da Copa América, mas foram desbloqueados. Como o presidente costuma decidir sobre a presença ou não em jogos no Mané Garrincha 30 minutos antes do evento, os cerimonialistas do evento continuam de sobreaviso. Até a quantidade de comida e bebida foi reduzida para a abertura da Copa América. Foi bem mais em 2019, na última vinda da Seleção a Brasília.

Com a possibilidade de menos carteiradas de autoridades políticas e de suas comitivas, a tendência é de que os espaços nobres do estádio sejam ocupados por cartolas da Conmebol e da CBF. Presidente interino depois do afastamento de Rogério Caboclo devido às denúncias de assédio sexual e moral de uma funcionária, o coronel Nunes estará no Mané Garrincha com a esposa. O secretário-geral Walter Feldman, também, acompanhado de um dos vices da entidade máxima do futebol brasileiro. Fernando Sarney – representante da Conmebol na Fifa.

 

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