CBIFOT201020213415 (1) Benfica jogou de igual para igual até os 30 minutos do segundo tempo. Foto: Patrícia Moreira/AFP Benfica jogou de igual para igual até os 30 minutos do segundo tempo. Foto: Patrícia Moreira/AFP

Jesus prova na Liga dos Campeões do mesmo veneno que tinha no Flamengo: o outro patamar do Bayern

Publicado em Esporte

Jorge Jesus não perdia um jogo por 4 x 0 desde a derrota do desinteressado Flamengo para o Santos de Jorge Sampaoli, na Vila Belmiro, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2019. Campeão àquela altura da temporada, o time rubro-negro estava de malas prontas com a cabeça voltada para o embarque rumo ao Mundial de Clubes do Catar.

O técnico português voltou a amargar 4 x 0 nesta quarta-feira, no Estádio da Luz, na terceira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa. Jesus provou do próprio veneno. No Brasil, comanda um Flamengo em outro patamar. Em Lisboa, tentou, mas não conseguiu parar um Bayern de Munique em altíssimo nível. A trupe alemã comandada pelo jovem técnico Julian Nagelsmann, de 34 anos, é uma das expressões europeias do que se chama de “outro patamar”. Fez quatro gols e poderiam ser seis. Dois foram corretamente anulados pelo VAR.

O Bayern de Munique tem 56 gols em 13 jogos na temporada 2021/2022. Ostenta média incrível de 4,3 gols por partida. Sofreu nove: oito no Alemão e um na Supercopa da Alemanha. O time bávaro ainda não foi vazado no torneio de mais alto nível do continente, ou seja, a Champions League. O Grupo E não é tão fácil assim. Tem Barcelona, Benfica e Dínamo de Kiev. Acontece que sai técnico entra técnico e o elenco de Neuer, Lewandowski, Sané e companhia dá espetáculo.

Jesus e seu Benfica arquitetado no 3-4-3, sistema de jogo que ele jamais utilizou no Flamengo, obrigou Neuer a trabalhar, mas bastou um gol de falta de Sané para o Bayern nocauteá-lo. Até Everton Cebolinha, contratado para ser um dos caras dele, se atrapalhou ao marcar contra. Lewandowski e novamente Sané completaram a goleada construída em um espaço de 14 minutos. O primeiro gol saiu aos 25 do segundo tempo e o quarto, aos 39. Impressionante.

A equipe alemã tem um quarteto ofensivo formado por Sané, Thomas Müler, Coman e Lewandowski que certamente fez Jesus sentir saudades de Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa. O par de volantes do Bayern também é encantador. Sabitzer e Kimmich funcionam como metrônomos das ideias de jogo de Julian Nagelsmann.

“Fomos uma equipe inteira até os 75 minutos (30 do segundo tempo). Depois da bola parada… Antes disso, quem teve duas grandes oportunidades foi o Benfica, com duas grandes defesa do Neuer, que praticamente evitou dois gols. É um dos melhores do mundo. Isso fez a diferença. Alimentamos o jogo até o 1 x 0. A partir daí, o Gnabry mexeu com a partida e quebrou o lado esquerdo. Saio frustrado por levar quatro gols, quando não merecíamos levar quatro gols”, comentou Jorge Jesus na entrevista coletiva da Uefa.

O treinador evitou lamentações depois da derrota. “Frustração, não. Frustração quando se joga contra uma equipe como esta… Analisem o jogo. O Benfica durante 75 minutos esteve sempre no jogo, disputou sempre o jogo. Sofreu um gol de bola parada e, a partir daí, em cinco minutos sofremos dois gols. Essa é a única frustração. Perder por quatro gols em função do que fizemos? Ok. Em relação ao jogo, não”, ponderou o treinador dos encarnados.

 

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