Inspirada na nova Fifa, CBF se aproxima de ex-jogadores famosos como Romário em lançamento da Seleção Master

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Fortaleza – Uma das marcas da gestão do presidente reeleito da Fifa, o suíço Gianni Infantino, é a proximidade com ex-jogadores famosos batizados pelo dirigente de “legends”. Foi assim na Copa 2018, a primeira sob nova direção, e em todos os eventos organizados pela entidade máxima do futebol, como o Mundial Sub-17 do ano passado, no Brasil. Infantino reabriu as fronteiras até para o seu maior crítico: Diego Armando Maradona esteve em várias partidas na Rússia. Sentindo-se em casa, fumou em local proibido e até acusou o árbitro norte-americano Mark Geiger de roubar a Colômbia e favorecer a Inglaterra nas oitavas de final. Depois dos excessos, o antigo inimigo da Fifa pediu desculpas a fim de evitar novos desgastes na relação.

Infantino fez escola. Qualquer semelhança com o que faz a CBF é mera coincidência. Ao reativar a Seleção Master, o presidente Rogério Caboclo alinha sua administração à de Gianni Infantino. A presença de Romário no evento batizado de “Seleções de Lendas 1994” é a prova disso. Presidente da CPI do Futebol no Senado, o símbolo da conquista do tetra deu trégua à entidade e topou trocar o terno e a gravata de político pelo par de chuteiras e o velho uniforme verde-amarelo.

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, e Romário. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

No intervalo da vitória da Itália por 1 x 0 sobre o Brasil, gol de Massaro no Estádio Presidente Vargas, o presidente da CBF reforçou o discurso de aproximação das lendas do futebol brasileiro. “Estamos resgatando o reconhecimento aos grandes jogadores da história do Brasil. Trazendo de volta a Seleção de Masters em termos oficiais. Está resgatada para sempre. É a primeira degustação com um grande evento, investimento. É mais um jogo para valorizar os jogadores”.

Gianni Infantino faz o mesmo na Fifa. Antes de cada jogo da fase de grupos na Copa da Rússia, por exemplo, um ex-jogador famoso de cada país envolvido na partida pronunciava palavras à beira do campo. Vários deles estiveram nos camarotes das 12 arenas usadas na competição. O fim da gestão do antecessor Joseph Blatter espantava os “legends”. O acesso era restrito.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino e Maradona. Foto: Divulgação/Fiofa/via Reuters

A presença de ex-jogadores em cargos relevantes na CBF é outro sinal do alinhamento com a política da Fifa. Branco comanda as divisões de base. César Sampaio passou a ser um dos colaboradores de Tite na Seleção. Juninho Paulista herdou o cargo de Edu Gaspar. Washington assumiu o posto de Juninho Paulista na função de diretor de desenvolvimento. Branco governa as seleções de base. Até jogadores que não participaram da campanha do tetra, mas disputaram as Eliminatórias, tiveram as portas abertas para o clássico festivo contra a Itália. Foram os casos de Careca, Palhinha e Mauro Galvão. O cearense Jardel também circulou pela concentração.  A próxima meta é a realização de um evento reunindo os heróis do pentacampeonato conquistado em 2002 numa reedição da final contra Alemanha.

A tendência é que a presença das lendas do futebol brasileiro nos eventos organizados pela CBF se intensifique nas demais competições organizadas pela entidade. A próxima é a Supercopa do Brasil no Mané Garrincha, em Brasília, em 16 de fevereiro. A final em jogo único colocará frente a frente o campeão brasileiro Flamengo contra o Athletico-PR, vencedor da Copa do Brasil.

“É um novo e grande evento que a CBF está fazendo. Traz novas perspectivas para o futebol. A gente tende a ter não um evento de futebol, mas alguns dias de bons eventos a respeito do futebol, com shows, cultura e vamos levar para a cidade sede algumas experiências muito positivas, como foi na final da Copa Libertadores da América, por exemplo”, comparou o presidente Rogério Caboclo.

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Marcos Paulo Lima

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