Inglaterra mostrou ao Brasil na semifinal do Mundial Sub-17 de 2017 que tinha um projeto para a Euro

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Um dos carrascos do Brasil, Foden foi o craque do Mundial Sub-17 em 2017. Foto: Divulgação/Fifa

 

Vinte e cinco de outubro de 2017. Kolkata, Índia. Inglaterra e Brasil se encontram na semifinal do Mundial Sub-17. A tradição do Brasil nos torneios de base da Fifa indica o favorito. Afinal, o país era tricampeão do torneio à época. Só que não. Naquele dia, a geração nascida a partir de 1º de janeiro de 2000 mostrou ao mundo que o projeta da Football Association (FA) era sério.

Em 2013, o então presidente da entidade máxima do futebol inglês, Greg Dyke, profetizou: “Os nossos objetivos são chegar às semifinais da Euro 2020 e ganhar a Copa do Mundo 2022”. O Mundial Sub-17 foi um dos degraus para os inventores do futebol moderno atingirem a primeira meta. Estão nas semifinais do torneio continental contra  Dinamarca nesta quarta-feira, às 16, e podem ir muito além: decidir o título contra a Itália no domingo, em Wembley.

Há quatro anos, o projeto engatinhava rapidamente. A Inglaterra se impôs contra o Brasil na semifinal do Mundial Sub-17. Promessa do Liverpool, Rhian Brewster fez os três gols do triunfo por 3 x 1 contra a Seleção de Paulinho, Rodrigo Nestor, Yuri Alberto e Brenner.  Enquanto o grupo comandado por Carlos Amadeu amargou a disputa do terceiro lugar contra Mali, os ingleses conquistavam o título inédito na categoria com goleada por 5 x 2 contra a Espanha.

A Inglaterra campeão do Mundial Sub-17 emplacou dois jogadores no elenco convocado pelo técnico Gareth Southgate para a Euro-2020. Phil Foden (Manchester City) e Jadon Sancho, vendido nesta janela de transferências pelo Borussia Dortmund ao Manchester United por R$ 506 milhões fazem parte do elenco que pode levar a Inglaterra pela primeira vez a uma decisão do principal torneio de seleções do Velho Continente.

O triunfo contra o Brasil foi apenas mais uma peça no quebra-cabeça do projeto ousado. Também em 2017, a Inglaterra conquistou o Mundial Sub-20. A campanha teve triunfos contra outras duas escolas tradicionais nas categorias de base — México e Itália. Aquele grupo protagonista do título contra a Venezuela, na Coreia do Sul, tem Calvert-Lewin como representante na Euro-2020.

Ainda em 2017, a Inglaterra arrematou a Eurocopa Sub-19. Ganhou a final contra Portugal por 2 x 1, na Geórgia. Aquela safra tem Reece James e Mason Mount na semifinal desta quarta contra a Dinamarca. A fusão de diferentes gerações de elencos da base também tem Kane, Stones, Pickford, Shaw, Sterling, Grealish e Chilwell. Todos eles forma comandados pelo técnico Gareth Southgate quando ele era o técnico da seleção sub-21.

A eliminação precoce na Euro-2016 foi o marco para a aceleração do projeto. Naquele 27 de junho, a Inglaterra foi eliminada nas oitavas de final pela Islândia, por 2 x 1. O técnico Roy Hodgson perdeu o emprego e deu lugar a quem sabia exatamente o que estava acontecendo nas academias das divisões de base da FA.

Gareth Southgate levou a Inglaterra de volta à semifinal da Copa do Mundo na Rússia, em 2018, encerrando 28 anos de jejum. Perdeu para a Croácia na semifinal e ficou em quarto lugar após a derrota diante da Bélgica. Três anos depois, ele protagonizou a quebra de outros tabus. Eliminou a Alemanha nas oitavas de final. A Inglaterra está de volta à semifinal da Euro pela primeira vez, desde 1996, como havia prometido Greg Dyke, mas a geração teen com média de 25,3 anos de idade pode superar a meta e alcançar final pela primeira vez. Em casa!

 

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