Hulk não é mau batedor de pênaltis, mas está longe de ser excelente. Cobranças decisivas como a desta terça-feira no empate por 0 x 0 com o Palmeiras, no Allianz Parque, pelo jogo de ida das semifinais da Libertadores, são um fardo na carreira da estrela do Atlético-MG.
O craque do Galo não perdia pênalti no tempo normal desde 30 de junho de 2019 na derrota do ex-time dele na China, o Shenzen FC, para o Shangai Port, por 1 x 0. Era uma partida normal válida pela 15ª rodada da Superliga da China. Um jogo a mais na agenda de Hulk,.
A questão é quando a partida é grande. Hulk errou na decisão por pênaltis contra o Boca Juniors nas oitavas de final. A responsabilidade de abrir a série era dele. Para sorte do protagonista do time, o anjo da guarda Éverson amenizou a noite do atacante.
Julio Cesar serviu de escudo para Hulk nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2014. Ele foi um dos cobradores do Brasil, no Mineirão, depois do empate por 1 x 1 no tempo normal e na prorrogação. A responsabilidade da penúltima cobrança era de Hulk, e ele errou.
O atacante também falhou em um mata-mata da fase eliminatória da Liga Europa na temporada 2010/2011. O duelo com o belga Genk valia acesso à fase de grupos do segundo torneio continental mais importante da Europa. No mesmo jogo, ele converteu uma cobrança e saiu de campo como protagonista na vitória por 4 x 2 — 7 x 2 no agregado.
Não, não estou chamando Hulk de amarelão. Longe disso. O colega Roger Dias, do Estado de Minas, mandou para mim os números do atacante nesse fundamento com a camisa do Galo no tempo normal: cobrou sete, converteu seis e perdeu um. O problema é a fase desse um, ou seja, estamos numa semifinal de Libertadores.
Na verdade, o cara do Atlético precisa ter mais zelo nas cobranças em jogos pesados como essa série contra o Palmeiras pela Libertadores. Oportunidade como essa costumam pesar no placar agregado. Ele poderia ter colocado o Galo em vantagem na decisão. Acho pouco provável que a partida de volta seja decidida nos pênaltis no Mineirão, mas Hulk precisa de um auxílio psicológico para lidar com a pressão das cobranças em jogos grandes. A temporada dele é maravilhosa para desperdiçá-la em um chute da marca da cal.
Quanto ao jogo, esperava mais. Em certos momentos, tive a impressão de estar vendo a reprise da final da Libertadores 2020, cujos técnicos eram justamente Cuca (Santos) e Abel Ferreira (Palmeiras). Houve tanto respeito de parte a parte que aquela partida, no Maracanã, foi horrorosa do início a fim. Abel mudou a postura do Palmeiras para deter o Santos. E Cuca diminuiu o ímpeto do Peixe para segurar o arquirrival. A partida só não foi para a prorrogação porque Breno Lopes aproveitou uma das raras chances e decidiu.
Que o futebol tenha sido guardado para a volta, no Mineirão. Assim esperamos.
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