“Houston, temos um problema”. O histórico aviso de emergência do astronauta Jack Swigert, em 1970, ao comunicar ao QG, em Houston, a explosão de um dos tanques de oxigênio no lançamento da expedição da Apolo 13 à lua, é uma metáfora da pane da atual campeã da Copa do Mundo e da Copa América na quase eliminação contra o Equador nas quartas de final do torneio continental, no NGR Stadium, em Houston. Coube a Emiliano Dibu Martínez salvar a expedição da Argentina rumo ao 16º título sul-americano.
Chefe da missão, o técnico Lionel Scaloni disse “Houston, temos um problema”, pelo menos duas vezes no empate por 1 x 1 no tempo regulamentar e na vitória por 4 x 2 nos pênaltis. Kevin Rodríguez empatou a partida e Messi abriu a decisão por pênaltis finalizando uma cavadinha no travessão, porém o goleiro Emiliano “Dibu” Martínez salvou o plano.
A Argentina insiste em não jogar bem na Copa América, Lionel Messi teima em não fazer gol nesta edição nos Estados Unidos, mas a seleção continua fazendo da defesa o melhor ataque.
A vaga para a quinta semifinal consecutiva desde 2015 teve a assinatura dos operários. O zagueiro Lisando Martinez abriu o placar. O goleiro Emiliano “Dibu” Martínez pegou dois pênaltis na vitória por 4 x 2 e intimidou Ener Valencia na cobrança do tempo regulamentar. O atacante tirou demais a bola da muralha e acertou a trave.
24 pênaltis contra Emiliano “Dibu” Martínez vestindo a camisa da Argentina: 12 não entraram, 9 ele defendeu
O zagueiro Otamendi assumiu o risco da última cobrança e classificou a Argentina para as semifinais contra Venezuela ou Canadá. Antes, outro defensor, Montiel, havia convertido. O adversário será conhecido nesta sexta-feira, às 22h, em Dallas, no estado do Texas.
O técnico Lionel Scaloni foi meritocrata na escalação. Lautaro Martinez pedia passagem depois de marcar três gols na fase de grupos. Saiu do banco em duas partidas. A performance foi premiada com a vaga ao lado de Messi no ataque no sistema tático 4-4-2. Lautaro não entregou bola na rede e Julian Álvarez voltou ao time no lugar dele no segundo tempo.
A Argentina teve problemas com as entradas de John Yeboah é o outro do gol de empate, Kevin Rodríguez, mas manteve a mentalidade vencedora até mesmo quando Messi bateu a primeira cobrança com cavadinha e acertou o travessão. Gelado como nos triunfos contra a Colômbia nas semifinais da Copa América de 2021, em Brasília, e contra Holanda e França na campanha do tri na Copa do Mundo, a esquadra portenha se impôs e despachou o Equador.
No fim das contas, a Argentina tem dois “Messis”. Quando o da linha falha, o das traves resolve. Dibu Martinez mudou o roteiro de um filme que quase se repetiu. Há oito anos, Messi perdeu pênalti contra o Chile na final da Copa América Centenário, nos EUA. Dessa vez o anjo da guarda entrou em ação para limpar a barra do único jogador eleito oito vezes melhor do mundo.
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