Peixe Santos: vitória contundente sobre o Grêmio no melhor jogo da primeira rodada. Foto: Ivan Storti/Santos contundente sobre o Grêmio no melhor jogo da primeira rodada.

Acabou a rodada! É hora da resenha: 10 pitacos sobre o que rolou no futebol no fim de semana

Publicado em Esporte

Dois jogões

Esperava muito de duas partidas. Ambas atingiram as minhas expectativas. No sábado, Flamengo e Cruzeiro fizeram duelo de alto nível no Maracanã. O rubro-negro não estreava vencendo no Brasileirão desde 2016. Derrotou o Sport por 1 x 0. A vitória de virada sobre o Cruzeiro foi grande, sobre um adversário que não havia perdido no ano e brigará pelo título, ou seja, um concorrente direto. Ainda deu tempo de fazer uma bela homenagem ao zagueiro Juan. Para mim, Grêmio e Santos foram protagonistas do melhor duelo do fim de semana. Não esperava nada diferente disso. São dois timaços comandados por técnicos que só querem jogar futebol. Parabéns aos treinadores Renato Gaúcho e Jorge Sampaoli. Brilhantes.

 

A rodada dos reforços

Eles desembarcaram neste ano nos respectivos clubes e iniciaram o Brasileirão brilhando: Bruno Henrique e Gabriel Barbosa decidiram o duelo contra o Cruzeiro. Pedro Rocha chegou um dia desses no Cruzeiro e deixou o dele. Marco Rúben ajudou o Athletico-PR a golear o Vasco por 4 x 1. Estreante na Série A pelo time cruzmaltino, Bruno César marcou o de honra.  E o Rafael Vaz, hein! Balançou a rede pelo Goiás e silenciou a torcida do Fluminense no Maracanã. Para fechar aplausos para Zé Rodolfo, autor de dois dos quatros gols do Palmeiras.

 

Que continue assim…

O colega Renan Damasceno, do Estado de Minas, traz um dado bacana: com 3,3 gols por jogo, o Brasileirão começou com a segunda melhor média dos pontos corridos com 20 clubes. Igualou 2017 e ficou atrás de 2007, quando foram marcados 39 gols — nove deles em uma mesma partida. Que os clubes continuem jogando para frente. Numa boa, chega de time posicionado atrás da linha da bola à espera do contra-ataque. Bora jogar bola, gente…

 

Contraste

Dos quatro clubes cariocas na Série A, só o Flamengo venceu. Botafogo, Fluminense e Vasco saíram de campo derrotados. Dos quatro paulistas na primeira divisão, apenas o Corinthians perdeu. Palmeiras, Santos e São Paulo triunfaram na estreia. Só um lembrete: os clubes da terra da garoa são hegemônicos no Brasileirão há quatro temporadas: Corinthians (2015 e 2017) e Palmeiras (2016 e 2018). Um baião de dois sem precedentes na história do Brasileirão.

 

Dewson do céu!

Lamentáveis as lambanças de Dewson Freitas — com auxílio do Árbitro de Vídeo — na derrota do Fluminense para o Goiás. Anulou gol tricolor, ignorou falta no lance do gol esmeraldino… No ano passado, Dewson havia sido rebaixado para apitar jogos da Série B depois de apontar pênalti para o Cruzeiro contra o Palmeiras em um lance que aconteceu fora da área. Ao que parece, a medida do departamento de arbitragem da CBF não surtiu efeito.

 

Desnecessário

O técnico Odair Hellmann tem todo o direito de escalar quem quiser, mas acho que não havia motivo para usar time reserva contra a Chapecoense na rodada inaugural do Brasileirão. O colorado é, sim, um dos candidatos ao título e deveria começar a campanha voando baixo. O Inter usou a equipe B oito vezes neste ano. O aproveitamento 62,5% é enganoso. As vitórias foram sobre adversários fraquíssimos como Caxias, Novo Hamburgo, Aimoré, e São Luiz. Quando enfrentou o Grêmio e a Chapecoense, por exemplo, levou pau.

 

No mínimo preocupante

Nenhum clube nordestino venceu na primeira rodada da Série B. O Sport empatou com o Oeste, na Ilha do Retiro. O Vitória perdeu para o Botafogo, em Ribeirão Preto (SP). O CRB não foi páreo para o Londrina no Estádio Rei Pelé. É no mínimo preocupante por uma razão simples: é a menor quantidade de clubes nordestinos na história da segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Em contrapartida, a Série C virou praticamente um Nordestão. Nove dos 20 clubes que disputam a terceira divisão são da região.

 

Por mais “Messis”

Impressionante a alegria do craque argentino ao conquistar o título do Campeonato Espanhol pela décima vez. Repito: d-é-c-i-m-a vez! O entusiasmo contagiante era o mesmo das glórias de 2005, 2006, 2009, 2010, 2011, 2013, 2015, 2016 e 2018. Neymar justifica a troca do Barcelona pelo PSG alegando a necessidade de novos desafios. Os novos desafios de Messi estão ali mesmo, no Barcelona: ganhar tudo o que for possível até 10 vezes se for necessário com a camisa do mesmo clube. Ele ainda pode faturar a Copa do Rei e a Champions League.

 

Por mais “Cristianos Ronaldos”

E daí que ele está fora da Liga dos Campeões? É impressionante o que faz o português na primeira temporada com a camisa da Juventus. O profissionalismo, a capacidade de adaptação a um estilo de jogo diferente como o do Campeonato Italiano, nível elevado das atuações e o imutável poder de decisão. Graças a Cristiano Ronaldo, a Juventus arrancou empate com a Internazionale neste fim de semana e não perdeu o clássico no Giuseppe Meazza.

 

Por menos “Neymares”

O Neymar craque, fora de série, que diverte com a bola nos pés, eu gostaria de ter vários no meu time. Aplaudo de pé e entrego a camisa 10. O Neymar do soco na cara do torcedor, da cabeçada num companheiro de profissão, dos xingamentos aos árbitros, das brigas com técnicos, não. Neymar foi Neymar ao dar um soco no torcedor. Lamentavelmente, age assim na alegria e na tristeza. Você lembra? Ele também brigou com um torcedor na festa da conquista da inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, no Maracanã. Deu cabeçada no zagueiro Murillo depois do jogo que o baniu da Copa América 2015. Sem contar as tretas com os técnicos Dorival Júnior e Unai Emery. Destemperos demais para quem tem a honra e a responsabilidade de usar a braçadeira de capitão da Seleção. Tite deveria rever isso. Neymar ganhou castigo da Uefa por xingar a arbitragem. Havia feito o mesmo contra Sando Meira Ricci no Brasil e até perdeu o processo. Que seja punido também na França. Ídolo não é isso.

 

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