A qualidade da Colômbia mudou o patamar do jogo do Brasil na segunda vitória na Copa Ouro Feminina da Concacaf. Depois de uma apresentação ruim na vitória contra a frágil Porto Rico, as comandadas de Arthur Elias fizeram uma boa exibição no triunfo por 1 x 0 na madrugada deste domingo no Snapdragon Stadium, em San Diego, pelo Grupo B da fase de grupos. Protagonista na primeira partida, Gabi Nunes voltou a fazer a diferença e se consolida como a melhor notícia da Seleção. O passe para Duda Santos decidiu o duelo. A classificação antecipada para as quartas de final dá margem a testes contra o Panamá.
O gol da vitória contra Porto Rico foi recompensado com a promoção da camisa 9 a titular no ataque ao lado Bia Zaneratto em um sistema tático diferente da primeira partida. O 4-2-3-1 na estreia deu lugar ao 4-4-2. Das duas atacantes, Nunes era quem recuava para compor o meio de campo com Adriana, Duda Sampaio, Duda Santos e Gabi Portilho.
A trama do gol, aos cinco minutos do primeiro tempo, nasceu de uma assistência de Gabi Nunes para a presença surpresa de Duda Santos dentro da área para estufar a rede da goleira Natalia Giraldo. O giro da camisa 9 verde-amarela foi um belo cartão de visitas.
Além do gol, chamo atenção para o comprometimento tático do Brasil com o plano de jogo do técnico Arthur Elias. Quando havia fôlego, a marcação avançava para pressionar a saída de bola da Colômbia com até seis jogadoras. Algumas vezes foi possível identificar o time posicionado ofensivamente em uma espécie de 3-2-5.
As linhas avançadas deram ao Brasil 60% de posse de bola e mais chances de tirar a defesa adversária fora da zona de conforto. A Seleção até ampliou na etapa final com um gol de cabeça de Geyse, porém a Arbitragem de Vídeo acusou impedimento na finalização.
Defensivamente, a vigilância ostensiva com a movimentação da estrela Linda Caicedo funcionou. A Colômbia teve raras oportunidades de incomodar a goleira Luciana. A defesa conseguiu se compactar e formar um cinturão de proteção à área defendida por Amanda.
A cinco meses dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a Seleção continua em construção. Há muitos erros na tomada de decisão, necessidade de acerto na recomposição quando as linhas avançam e a necessidade urgente do aperfeiçoamento do passe e o posicionamento no contra-ataque. A Seleção roubava bolas, interceptava passes, mas acionava atacantes isoladas na frente, ou seja, sem ter com quem dialogar.
Consequentemente, a Colômbia aproveitava a solidão para se recompor e matar o lance. O índice de acerto do Brasil no passe foi de 75%: 197 corretos e 66 errados. O duelo com o Panamá será importante justamente para fazer as correções de rumo.
Taticamente, Arthur Elias mostrou a notória qualidade dos tempos de Corinthians em dois quesitos: coragem para trocar cinco atletas de um jogo para outro em nome de um plano para competir contra a melhor seleção sul-americana na última Copa do Mundo.
As novidades foram Antônia, Tarciane e Yasmim na defesa; Duda Sampaio no meio de campo e Gabi Nunes no ataque. O Brasil caiu na fase de grupos da última Copa do Mundo. A Colômbia alcançou as quartas de final em 2023. No campo das ideias, o técnico do Brasil fez a melhor exibição desde a posse no lugar de Pia Sundhage.
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