Flamengo O reserva Pedro foi titular contra o Goiás e aproveitou a chance. Foto: Marcelo Cortes/Flamengo O reserva Pedro foi titular contra o Goiás e aproveitou a chance. Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Gol do reserva Pedro vira exemplo para o fortalecido Diego Alves lutar pela reconquista do espaço no Fla

Publicado em Esporte

Há links entre o gol do reserva Pedro e a crise envolvendo Paulo Sousa e o terceiro goleiro Diego Alves. Protagonista na vitória do Flamengo contra o Goiás neste sábado, no Maracanã, o centroavante também é um dos descontentes com o banco. Manifestou-se democraticamente sobre isso depois da partida de ida da terceira fase da Copa do Brasil contra o Altos-PI, em Teresina, e age como deve: trabalha para conquistar seu espaço. A oportunidade de começar como titular surgiu e ele aproveitou depois da bela trama iniciada por Gabriel Barbosa — o melhor em campo — e o excelente cruzamento de Matheuzinho. 

 

O jovem Pedro deveria virar exemplo para o veterano Diego Alves. Doze anos mais velho do que o atacante, o goleiro certamente está trabalhando, mas precisa mostrar serviço quando a chance pintar. Na última vez em que começou como titular, falhou no empate por 2 x 2 com o Resende, em 27 de fevereiro, em uma atuação desastrosa. 

 

Embora tenha sido contratado, entre outras missões, para renovar o elenco rubro-negro, Paulo Sousa tem, sim, respeito e certo apego pelos heróis do ano da graça de 2019 remanescentes no elenco. Rodrigo Caio, Willian Arão, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa começaram como titulares contra o Goiás. Filipe Luís jogaria se estivesse disponível. O retorno de Diego Alves, sim, parece improvável. Virou incógnita.

 

É inquestionável que o goleiro de 36 anos tem mais bagagem do que Santos e Hugo Souza. Porém, ele lida com o drama das lesões. Vive momento semelhante ao de Kaká. O declínio do jogador eleito melhor do mundo em 2007 começou por causa de uma pubalgia. O camisa 10 da Seleção Brasileira na Copa da África do Sul, em 2010, jogou no sacrifício. 

 

O fato é que Diego Alves sai fortalecido na queda de braço com Paulo Sousa. Exigiu uma retratação pública e foi atendido. Sentado ao lado de Marcos Braz e Bruno Spindel, o técnico português admitiu o que chamou de falha de comunicação e deu a entender que a crise está resolvida. Nem tanto. O lusitano usou Diego Alves apenas duas vezes neste ano. Como será a relação daqui em diante? Haverá espaço quando ele estiver recuperado? 

 

Enquanto aguardamos as cenas dos próximos capítulos, a vitória contra o Goiás indicou alguns problemas e soluções. O retorno de Rodrigo Caio à zaga muda o patamar da defesa. Demanda ajustes, óbvio, mas é uma das grandes notícias recentes em um clube que tem seu departamento médico na berlinda. Ayrton Lucas mostra evolução na lateral esquerda. Travou um duelo duríssimo com Apodi. Por sinal, ele poderia ter empatado a partida na única falha do setor no fim do segundo tempo. O jogador esmeraldino isolou a bola. 

 

Apodi perdeu o gol, também, por méritos do goleiro Hugo Souza. O titular rubro-negro saiu bem da meta e dificultou a tomada de decisão de Apodi. Bem diferente, por exemplo, do cara a cara com Stiven Mendoza no empate por 2 x 2 com o Ceará, na Arena Castelão.  

 

Interessante a alternativa para acomodar Pedro no time. Gabriel Barbosa é sacrificado, mas tem topado, não se sabe até quando, o compromisso de jogar mais pelo time do que para ele. O lançamento em profundidade para Matheuzinho foi um brinco no lance decisivo da partida. Embora não tenha balançado a rede nos últimos três jogos, o camisa 9 foi, para mim, o melhor em campo. Mais do que isso: mostra para Tite o que o técnico da Seleção deseja dos convováveis, ou seja, versatilidade. Mostra-se competente para atuar aberto pela direita, como fez na conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e até mesmo no time principal contra o Paraguai, em Assunção. Assim, ele continua na briga.

 

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