O estádio mais caro da Copa do Mundo 2014 pode ficar sem manutenção especializada do gramado nos próximos dias. O blog apurou que o GDF comunicou à prestadora de serviços Greenleaf que não tem mais verba para arcar com o contrato renovado até abril de 2020. O termo aditivo foi publicado na edição de 28 de maio deste ano no Diário Oficial do Distrito Federal com previsão de investimento de R$ 775.101,48 durante 12 meses. Com a privatização da administração da arena a partir de janeiro, o acordo será suspenso em dezembro.
A relação entre o GDF e a Greenleaf está desgastada por alguns motivos. Um deles, um atraso de quatro meses no pagamento. A firma não recebe desde abril. A agenda insana de eventos realizados no gramado é outro perrengue. No período entre o Clássico dos Milhões, em 17 de agosto, e o confronto de domingo entre Fluminense e Corinthians, o campo recebeu vários torneios amadores — contrariando a recomendação para preservação do piso. Há risco, inclusive, de que não haja manutenção privada para o duelo do fim de semana pela Série A. No programa Bem, Amigos de segunda-feira, no SporTV, o lateral-esquerdo Filipe Luís reclamou dos gramados do futebol brasileiro, especificamente do Mané Garrincha.
Fiscal do convênio da Terracap e da Novacap com a Greenleaf, Paulo Costa confirmou ao blog que a Greenleaf foi informada de que não há fonte de recursos para o pagamento das obras realizadas a partir de 1º de setembro. A dívida de quatro meses existe. A verba destinada aos pagamentos de maio a agosto foi separada e aguarda questões burocráticas para liberação. Os serviços realizados até abril estão quitados.
No início deste mês, houve serviços emergenciais para Avai x Flamengo. Sem garantias de pagamento, a Greenleaf estuda tirar o time de campo nos próximos dias. “Existe essa possibilidade de parar, mas acho praticamente impossível, pois há jogos pela frente no Mané Garrincha. O governo está apenas buscando fontes”, avalia Paulo Costa. Além da partida entre Fluminense e Corinthians, o estádio receberá Botafogo x Fluminense, em 6 de outubro.
Como atualmente a gestão do Mané Garrincha é compartilhada pelo GDF e o consórcio BsB Boulevard, Show e Bola, o blog apurou que está agendada uma reunião no próximo dia 17 entre entre a firma e a Greenleaf para tentar solucionar o impasse. O contrato entre o GDF e a prestadora de serviço tem vigência até abril, será encerrado em dezembro. A partir de janeiro, os contratos serão firmados pelos novos administradores do estádio.
O CEO da BSB Boulevar, Show e Bola, Richard Dubois, confirmou o encontro com a Greenleaf, mas diz que, no momento, a empresa tem apenas o papel de facilitador. “Problemas entre os atuais prestadores de serviço e a Terracap a gente não está entrando em detalhe. Temos visto alguns rumores, mas não está no nosso escopo”, informou o executivo.
No entanto, esclareceu que está aberto ao diálogo. “O que estamos procurando, sim, é ouvir várias empresas para selecionar um prestador que assuma responsabilidades a partir de janeiro, entre elas, o gramado. Esses acordos atuais com o GDF serão rescindidos e faremos ou refaremos contratos com os novos prestadores. a partir de janeiro. Vamos ficar com essa responsabilidade. A partir daí, esperamos, numa gestão privada, discutir mais as questões do gramado e menos as questões contratuais”, finalizou.
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