G-4 da Série B alavanca treinadores descartados por Botafogo, Internacional, Palmeiras…

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O G-4 da Série B virou uma espécie de zona de afirmação para treinadores rejeitados recentemente por clubes impacientes do futebol brasileiro. Internacional e Botafogo, por exemplo, apostaram em treinadores que estão a caminho de alçar times à primeira divisão.

O líder é o Bragantino de Antônio Carlos Zago. A fama de bom zagueiro abriu as portas de pelos menos dois clubes tradicionais do país. Foi técnico do Palmeiras e do Internacional. Na Europa, ocupou a função de assistente na Roma e no Shakhtar Donetsk. Conquistou a Recopa Gaúcha em 2017 à frente do Colorado, o Campeonato Paulista do Interior neste ano pelo Red Bull Brasil, mas o grande salto na carreira pode ser o título da Série B. O Bragantino lidera com 54 pontos, oito a mais do que os vice-líderes Atlético-GO e Sport.

O Atlético-GO é liderado por Wagner Lopes. O ex-jogador disputou a Copa do Mundo de 1998 pelo Japão. Viveu 17 anos no país asiático e assimilou a obediência tática oriental. Depois do início como assistente de Vágner Mancini no Paulista de Jundiaí no início do século, tentou aplicar seus métodos no Criciúma, Goiás e no Paraná Clube e acumulou demissões. Perdeu o emprego no Atlético-GO em 2014. Cinco anos depois, é vice-líder da Série B e está a caminho de levar o time goiano de volta à elite do Campeonato Brasileiro. Os grandes feitos como treinador são os títulos da Copa Paulista 2011 pelo Paulista e o Campeonato Goiano deste ano.

“Nosso processo tem três meses, e é um processo de construção que esta começando. O futebol não é de curto prazo. É de médio e longo prazo”

Felipe Conceição, técnico do América-MG na Série B. Demitido pelo Botafogo em 2018 com dois meses de trabalho

Terceiro colocado, o Sport é guiado por Guto Ferreira. O paulista de Piracicaba teve experiência como técnico do Internacional. Brindou o clube com o título gaúcho em 2002. Porém, as outras passagens foram para deletar da memória. Os melhores resultados foram em times de segunda linha do futebol brasileiro como Bahia e Sport, onde faturou o Baiano e o Pernambucano. Fez sucesso também na Chapecoense. Portanto, o Atlético-GO é mais um na lista do sucesso em clubes de fora do chamado G-12 do futebol nacional.

O Botafogo não teve a mínima paciência com Felipe Conceição. O ex-centroavante do Glorioso, chamado de Felipe Tigrão nos tempos de boleiro, praticamente construiu a carreira de técnico em General Severiano. Passou por sub-15, sub-17, aprendeu como assistente no elenco profissional, mas foi mais uma vítima da desordem econômica do clube. As eliminações em sequência contra o Flamengo (Taça Guanabara) e Aparecidense (Copa do Brasil) culminaram com a demissão dele com apenas dois meses de trabalho.

Perto de completar três meses como técnico do América-MG, acaba de colocar o Coelho na cartola dos quatro melhores times da Série B com uma arrancada de dar dor de cotovelo na antiga diretoria do Botafogo. O aprendiz de Jair Ventura, Josué Teixeira e Maurício Barbieri caminha agora com as próprias pernas a caminho do sucesso. Felipe Conceição assumiu o time na décima rodada nas últimas colocações. A vitória sobre o Bragantino o colocou no G-4.

“Nosso processo tem três meses, e é um processo de construção que esta começando. O futebol não é de curto prazo. É de médio e longo prazo. Mas o importante é que a gente está aproveitando o tempo muito bem. Todo dia de treinamento, todo dia tem vídeo. Os atletas compraram a ideia, e a gente está em uma sinergia muito grande. E a gente precisa crescer. Vou continuar trabalhando muito para o acesso”, explicou Felipe na noite desta terça.

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Marcos Paulo Lima

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