Voto vencido no Conselho Técnico do Campeonato Brasileiro no ano passado, o Flamengo pretende recolocar em pauta nesta segunda-feira, no encontro dos 20 times da Série A, o mando de campo itinerante, ou seja, a possibilidade de os clubes levarem alguns dos seus jogos para elefantes brancos da Copa de 2014, como Mané Garrincha (Brasília), Arena das Dunas (Natal), Arena da Amazônia (Manaus) e Arena Pantanal (Cuiabá). No ano passado, o então presidente Daniel Nepomuceno propôs — e aprovou — o veto durante o encontro na CBF. Por 14 votos a 6, os times aprovaram a “Lei Nepomuceno”, impedindo a chamada venda do mando de campo (atualização no fim do post).
Em entrevista por telefone ao blog, o CEO do Flamengo, Fred Luz, admitiu o interesse do clube carioca em reverter a decisão. “Há possibilidade, sim, de isso mudar, mas precisa ser colocado em discussão”, limitou-se a dizer o dirigente rubro-negro. O clube carioca tem uma relação desgastada como o Consórcio Maracanã e considera a Ilha do Urubu acanhada para jogos de grande porte. Desde a inauguração, o Mané Garrincha recebeu 14 jogos do Flamengo como mandante na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Pelo menos duas alternativas devem ser colocadas em pauta no Conselho Técnico: impedir a inversão de mando nas últimas 10 partidas e a indicação dos jogos que os times pretendem disputar fora dos seus estados antes do início da competição. A tabela oficial da Série A deve ser divulgada hoje após a realização do Conselho Técnico, ou no máximo amanhã.
Eu levei a minha posição ao Conselho Técnico porque achei um absurdo o que aconteceu em 2016. O América-MG vendeu um mando de campo e levou o jogo lá para o Paraná. O Palmeiras jogou em casa. Não sou contra a venda do mando de campo, eu não admito é inversão de mando. Era isso que estava acontecendo, ou seja, time visitante que era beneficiado e jogava como se estivesse em casa
Daniel Nepomuceno, ex-presidente do Atlético-MG, em entrevista ao blog no ano passado
No Conselho Técnico do ano passado, o Atlético-MG ficou de um lado e o Flamengo do ouro. O presidente Daniel Nepomuceno conseguiu 14 votos contrários à venda e Eduardo Bandeira de Mello conseguiu , além do dele, mais cinco posicionamentos favoráveis: Fluminense, Corinthians, Atlético-PR, Atlético-GO e Ponte Preta. A CBF acatou a decisão da maioria e impediu os clubes de mandarem jogos fora dos seus respectivos estados.
Um movimento batizado de Libera, CBF!, liderado pelas arenas que sentiram-se prejudicadas, e uma carta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tentaram mudar a situação, mas não conseguiram. A assessoria de imprensa da CBF disse ao blog que a decisão dos clubes é soberana no Conselho Técnico. Esclarece ainda que os times jogam o campeonato, decidem esse tipo de questão e a CBF cumpre apenas o que é definido pelos clubes. Portanto, o que for decidido pela maioria nesta segunda-feira será acatado pela entidade máxima do futebol.
Em entrevista ao blog no ano passado, o ex-presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, explicou seu argumento contra o chamado mando itinerante. “Eu levei a minha posição ao Conselho Técnico porque achei um absurdo o que aconteceu em 2016. Você deve se lembrar. O América-MG vendeu um mando de campo e levou o jogo lá para o Paraná. O Palmeiras jogou em casa. Não sou contra a venda do mando de campo, eu não admito é inversão de mando. Era isso que estava acontecendo, ou seja, time visitante que era beneficiado e jogava como se estivesse em casa”, reclamou o então mandatário do Galo.
Atualização: A reunião do Conselho Técnico na tarde desta segunda-feira liberou o mando de campo itinerante.
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