Acertado como técnico interino da Seleção Brasileira até a chegada de Carlo Ancelotti no meio do ano que vem de acordo com matéria publicada pelo colegas Bruno Cassucci, Cahê Mota e Eric Faria do portal GE e confirmada ao blog por uma fonte no início da noite desta terça-feira, Faltam detalhes, por exemplo, como acerto financeiro para a oficialização.
Fernando Diniz repetirá Vanderlei Luxemburgo ao acumular cargos no Fluminense e na Seleção Brasileira. Em 1998, o professor foi escolhido para suceder a Mário Jorge Lobo Zagallo. O Corinthians aceitou desde que o profissional encerrasse a temporada no clube paulista. Luxemburgo trabalhou nos dois empregos e levou o Timão ao título brasileiro. O holandês Guus Hiddink passou por esse mesmo processo em dois momentos nesse século ao conciliar trabalhos em times e seleções, mas vamos por partes.
Chamam a atenção algumas contradições da CBF na condução do episódio desde a oficialização da saída de Tite, em janeiro. O presidente Ednaldo Rodrigues afirmou o tempo inteiro que não tiraria técnicos empregados em clubes da Série A para não prejudicá-los. Referia-se claramente a Abel Ferreira (Palmeiras) e Fernando Diniz (Fluminense), ambos cogitados como possibilidades.
Na contramão, Ednaldo Rodrigues bate na porta do Fluminense e acerta com o presidente Mario Bittencourt a contratação do treinador nos moldes em que Ricardo Teixeira tratou com o mandatário do Corinthians, Alberto Dualib, em 1998. O contrato pode ter duração de seis meses ou de um ano. Nesse período, Diniz comandará o Brasil em oito partidas válidas pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 e amistosos de datas Fifa, um deles contra Espanha.
Curiosa também a contradição nos estilos de jogo. Fernando Diniz não tem nada a ver com o padrão de Carlo Ancelotti. São conceitos totalmente diferentes. Difícil encaixá-los. O modelo de jogo de Fernando Diniz não se completa com o de Carlo Ancelotti em uma suposta transição. Basta ver como jogam o Real Madrid e o Fluminense.
Surpreendente, também, a mudança de postura do presidente Mário Bittencourt na condução desse episódio. “O Fluminense não libera o treinador, ele tem uma multa proporcional ao seu contrato. Ele não vai, a não ser que ele ou a CBF pague a multa — e queira sair. Eu tenho muito carinho, sou fã da Seleção, mas antes de ser brasileiro eu sou Fluminense. A gente não gostaria de liberar porque temos um projeto de dois anos. Enquanto eu estiver no Fluminense, na minha gestão, que vai até o fim de 2025, a gente quer que ele fique”. O dirigente não está liberando, mas flexibilizando.
O fato é que a Seleção Brasileira continua sendo um Frankenstein pós-Copa. Escrevi várias vezes aqui: Tite comunicou que deixaria o cargo em fevereiro de 2022 em uma entrevista no Redação SporTV ao colega Marcelo Barreto. Em vez de providenciar o substituto e anunciá-lo assim que o Brasil foi eliminado pela Croácia, a entidade preocupou-se em fazer uma limpa e trocar gerentes de cargos menos relevantes no organograma. Resumindo: o novo técnico da Seleção não era prioridade.
Embora haja precedentes como o citado acúmulo de funções de Vanderlei Luxemburgo, a torcida do Fluminense tem todo o direito de considerar absurdo e tem argumentos para isso. Em 2010, Muricy Ramalho foi procurado por Ricardo Teixeira para assumir a Seleção e se recusou. Disse ao cartola que tinha contrato com o Tricolor das Laranjeiras e sugeriu a Teixeira que se acertasse com o clube carioca. O mandatário não quis e Muricy permaneceu não somente permaneceu no Fluminense como levou o time ao título do Campeonato Brasileiro no fim da temporada.
O acúmulo de funções de Fernando Diniz não é surpresa, por exemplo, na Europa. Os contratos do técnico holandês Guus Hiddink, por exemplo, tinham peculiaridades, como escrevi recentemente aqui no blog. Uma cláusula permitia ao treinador comandar, ao mesmo tempo, clube e seleção. Ele ativou o botão, pela primeira vez, em 2005. Trabalhava no PSV Eindhoven na temporada de 2004/2005, quando recebeu convite para assumir a Austrália. Ele havia acabado de levar o PSV às semifinais da Champions League. O sucesso se estendeu aos Cangurus. No mesmo ano, classificou os australianos para a Copa.
O toque de midas chamou a atenção de outros times e seleções. Depois da missão na Austrália, Hiddink recebeu convite para assumir a Rússia com a tarefa de levá-la à Copa de 2014. Antes disso, classificou o país para as semifinais da Euro-2008 e foi reprovado na repescagem das Eliminatórias para a Copa. Apesar do fracasso, abraçou o mundo pela segunda vez.
Na época em que comandava a Rússia, foi convidado pelo magnata Roman Abramovich para assumir o Chelsea. Luiz Felipe Scolari havia sido demitido e o time inglês necessitava de um profissional como Hiddink. A Federação Russa autorizou. O contrato novamente previa essa possibilidade. Deu até tempo de conquistar a Copa da Inglaterra por 2 x 1 contra o Everton, em Wembley.
Texto atualização às 18h58.
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