Fernando Diniz Repetição do time é um dos trunfos de Fernando Diniz. Foto: Miguel Schincariol/São Paulo Repetição do time é um dos trunfos de Fernando Diniz. Foto: Miguel Schincariol/São Paulo

Como Fernando Diniz “emula” Jorge Jesus para consolidar o São Paulo na briga pelo título brasileiro

Publicado em Esporte

Fernando Diniz usa um dos trunfos do sucesso do Flamengo de Jorge Jesus na campanha do título do ano passado para fortalecer a candidatura do São Paulo à sucessão rubro-negra no Campeonato Brasileiro. Dizem que a repetição é a mãe da perfeição. A exemplo do colega português no ano passado, o técnico tricolor achou o time-base e faz o possível para mantê-lo jogo após jogo, independentemente do adversário e/ou da competição.

No ano passado, a torcida do Flamengo sabia o time de cor: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão; Everton Ribeiro, Gerson e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol. Jesus variava pouco. De preferência, nos casos de suspensão, contusão ou para dar um pouquinho de repouso a uma ou outra peça importante.

O São Paulo segue esse caminho. O meio de campo encaixou com Igor Gomes, Daniel Alves, Luan e Sara. No ataque, Brenner e Luciano. Do meio para trás, há pouquíssimas variações. Tiago Volpi joga sempre. Juanfran ou Tchê Tchê na lateral direita. A esquerda é do intocável Reinaldo. A preferência na zaga é por Diego e Bruno Alves. Sem eles, Arboleda e/ou Léo. Poupar ou fazer rodízio são ideias praticamente descartadas pela comissão técnica. O mantra é repetição.

Não há um elenco farto como o do concorrente Flamengo, mas, com essa base, o São Paulo acumula 14 jogos sem derrota no Brasileirão. O último revés foi na sétima rodada. Aquela derrota polêmica para o Atlético-MG, por 3 x 0. A CBF reconheceu que houve erro do VAR naquela partida do primeiro turno disputada no Mineirão, em Belo Horizonte.

A simplicidade do sistema tático e as variáveis de Fernando Diniz também são decisivas. O formato é o 4-4-2 com variáveis. Daniel Alves e Luan na proteção, Igor Gomes de um lado e Sara do outro. E como todo 4-4-2 que se preze, há uma dupla de ataque: Brenner e Luciano.

Alguns jogadores do sistema simbolizam a evolução tricolor no Brasileirão. Impressionante a segurança do goleiro Tiago Volpi. A importância de Reinaldo para o time. A liderança de Daniel Alves, o dono do meio de campo. A fase goleador de Luciano, terceiro colocado na artilharia com 11 gols. Dois atrás de Marinho (13) e e quatro de Thiago Galhardo (15).

Com o time na ponta da língua do torcedor, as ideias de Fernando Diniz incutidas na mente dos comandados e um elenco imune, por enquanto, aos surtos de covid-19, o São Paulo é, sim, candidato ao título. Ultrapassou o Flamengo. Encostou no líder Atlético-MG.

A sequência dos próximos jogos indica tendência de alta. O time enfrentará o lanterna Goiás, em Goiânia, no jogo adiado da primeira rodada. Depois, receberá Sport e Botafogo na sequência do Brasileirão. É possível que o time do Morumbi já esteja defendo a liderança neste início de dezembro. Projeção dos sonhos para uma torcida ansiosa para sair da fila que se arrasta desde o tricampeonato em 2006, 2007 e 2008.

 

Siga no Twitter: @mplimaDF

Siga no Instagram: @marcospaulolimadf