Philadelphia — Nunca antes na história dos mundiais de clubes, a contar de 1960, um time precisou entrar em campo tantas vezes para chegar às semifinais. O Fluminense Football Club terá direito ao sexto jogo em busca do sonho do título inédito. Faltam palavras para definir o que fez o tricolor lá em Orlando na vitória por 2 x 1 contra o Al Hilal, mas o poético auxílio da letra do hino do fora de série Lamartine Babo resume assim a campanha dos comandados de Renato: “Clube que orgulha o Brasil retumbante de glórias e vitórias mil”.
Chamo a atenção para um detalhe na epopeia do Fluminense. A entrega dos volantes ao sistema tático. Elogiado por Pep Guardiola na final da Copa Intercontinental em 2023, Martinelli abriu o placar com um golaço duelo com o time saudita. Depois, foi a vez de Hércules repetir o feito da partida diante da Internazionale e decretar o triunfo.
Até quem não é tricolor está ficando “doido da cabeça” a casa exibição do fundo da alma nos EUA. Fascina pela sua disciplina o Fluminense. Um fascínio capaz de dominar o torcedor, os antis e fazê-los sentir nem que seja um pouquinho de amor ao tricolor.
Renato Gaúcho veio à América do Norte disposto a contrariar o próprio discurso. Quem reclamava por não ter R$ 200 milhões para investir acaba de colocar o clube com o menor orçamento entre os classificados para as quartas de final entre os quatro melhores.
A contestada linguagem de boleiro continua, sim, mas internamente, dentro do vestiário. Renato Gaúcho e os assistentes estudam cada adversário minuciosamente e as provas estão dentro de campo, a cada partida. Ele surpreende os adversários.
Eliminou a Internazionale no 3-5-2. Despachou também o ex-técnico do time italiano, um dos maiores especialistas nesse sistema de jogo. A equipe italiana chegou ao vice na Champions League jogando justamente assim. Simone Inzaghi trocou a Inter pelo Al Hilal. Superou o Manchester City com uma variação do modelo — o 5-3-2. Manteve a configuração diante do Fluminense, mas foi superado pelo futebol paciente e obediente taticamente do Fluminense. Um reflexo da paz de Renato Gaúcho consigo.
Compartilhei aqui no blog desde o início: quem fez piada com a possibilidade de Renato Gaúcho assumir a Seleção Brasileira em algum momento precisa entrar na fila do pedido de desculpas ao treinador. Como é bom ver um técnico brasileiro focado. Respondendo aos críticos, como eu, na prancheta e na bola. Dentro das quatro linhas.
Carol Portaluppi, filha de Renato Gaúcho, celebrou nesta semana o fato de o pai ter conseguido o primeiro milhão de seguidores no Instagram. É tempo de Fluminense. É tempo de dar like e afundar o dedo no coração nas redes sociais e parabenizá-lo. De preferência, usando corações nas cores branca, verde e grená. Você merece, Renato!
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