O fim da longa novela da renovação do contrato de Arrascaeta até 2026 é um gol de placa da diretoria do Flamengo. Escrevi uma vez aqui no blog que o empresário do meia, o ex-atacante Daniel Fonseca, é duro na queda. Aparentemente, todas as partes se acertaram.
Falta um último mimo rubro-negro ao maestro uruguaio. Passou da hora de ele assumir a camisa 10 rubro-negra consagrada por Arthur Antunes Coimbra, o Zico. Tudo tem seu tempo. Diego é o dono do número desde a Copa Sul-Americana de 2016. É um dos líderes, talvez o líder do elenco, mas dentro das quatro linhas ficou menos relevante, hoje, do que Arrascaeta.
Ederson era o camisa 10 do Flamengo quando Diego desembarcou no Ninho do Urubu. Foi questão de tempo para o meia recém-contratado assumir a famosa dezena do clube carioca. Desde então, ninguém tirou o número das costas do jogador de 36 anos.
Arrascaeta é ídolo rubro-negro vestindo a camisa 14. O número pode não fazer diferença para ele, mas influencia no marketing do clube. Provavelmente, hoje, a venda de camisas personalizadas com o número 10 perca para a 9 do ídolo Gabriel Barbosa. Mais do que justiça, uma possível passagem de bastão de Diego para Arrascaeta impulsionaria as vendas em 2022.
O craque uruguaio era o camisa 10 do Cruzeiro. Disputou as últimas partidas do Uruguai pelas Eliminatórias com a camisa 10. Não parece ter a vaidade de assumi-la no Flamengo, mas parece um mimo bacana ao jogador de 27 anos. Arrascaeta faz tanta diferença no meio de campo rubro-negro que, mesmo sem estar 100% fisicamente, achou espaço para dar uma assistência milimétrica nos pés de Gabriel Barbosa no lance do gol de empate contra o Palmeiras, em Montevidéu, na final da Libertadores.
Aquilo é lance de camisa 10. Arrascaeta é uma raridade até mesmo entre as oito seleções campeãs da Copa do Mundo. O Brasil não tem um meia como ele. Argentina, Itália, Alemanha, Espanha, Inglaterra e França também não. Candidata a entrar nesse seleto grupo, a Bélgica, sim, conta com o fora de série De Bruyne. Portanto, nada como o mimo a alguém diferenciado.
Se a troca de bastão não for agora, provavelmente será no fim desta temporada. Diego, um dos remanescentes da geração 1985 ao lado de Filipe Luís e de Diego Alves, renovou contato por mais um ano. Ao que tudo indica, será o dono da camisa 10 pelo sexto ano consecutivo.
Pensando bem, talvez seja um bom negócio aguardar a aposentadoria do excelente Diego. Serviços prestados ao clube como aquele lançamento para a área que confundiu a defesa do River Plate e culminou no gol do bi da Libertadores marcado por Gabriel Barbosa garantem mais uma temporada com o número mítico às costas. Mesmo que seja sentadinho no banco de reservas.
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