Eurocopa: gols da geração de prata em Tóquio-2020 levam Espanha à semi

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Há três anos, a Espanha perdia a finalíssima do torneio masculino de futebol para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, disputados em 2021 devido à pandemia. La Roja tinha naquela campanha o técnico Luis de la Fuente e seis jogadores usados na vitória por 2 x 1 contra a Alemanha, em Stuttgart, pelas quartas de final da Eurocopa: o goleiro Unai Simón, o lateral Cucurella, os meias Pedri, Olmo e Merino, além do atacante Oyarzabal.  Isso diz muito sobre como a Real Federação Espanhola e a Confederação Brasileira de Futebol conduzem e fazem transição de jogadores e técnicos das seleções de base para o profissional.

À época, Luis Enrique comandava a seleção principal da Espanha e Luis de la Fuente escalava o time olímpico. A Real Federação Espanhola agiu com a lógica ao demitir Luis Enrique depois da eliminação contra Marrocos nas oitavas da Copa de 2022. Olhou para as categorias de base e convidou quem havia liderado o processo de renovação nas categorias de base com títulos na Euro Sub-19 em 2015, na Sub-21 em 2019 e a conquista da medalha de prata olímpica nos Jogos de Tóquio-2020.

A filosofia de jogo da base foi transportada para a seleção principal da Espanha. A estratégia era conciliar posse de bola, controle do meio-campo e velocidade no ataque apostando em jovens pontas. Luis de la Fuente conseguiu aplicar o conceito de jogo.

Mais do que isso. Sabe lidar com cada peça do elenco desde as canteras. Dani Olmo entrou em campo no segundo tempo e abriu o placar para a Espanha. O jogador de 26 anos havia conquistado a Euro Sub-19 sob a batuta de Luis de la Fuente em 2019, justamente contra a Alemanha. Olmo fez o gol da vitória à época, em Udine, na Itália.

O protagonista da classificação da Espanha nos últimos minutos da prorrogação é outro símbolo do processo de renovação da Espanha. Mikel Merino fez parte do elenco campeão da Euro Sub-19 em 2015 sob o comando de Luis de la Fuente. A Espanha derrotou a Rússia por 2 x 0 na Grécia e fez parte do processo de reconstrução nas divisões de base.

A classificação da Espanha ensina ao Brasil sobre respeito aos processos de construção nas categorias inferiores e o elo com a seleção principal. Há três anos, André Jardine derrubava a Espanha de Luis de la Fuente por 2 x 1 na decisão olímpica. O treinador não foi sequer mencionado como possível sucessor de Tite na Seleção Brasileira.

O elenco do Brasil na Copa América tem quatro campeões olímpicos em Tóquio-2020: o lateral-esquerdo Guilherme Arana, os volantes Bruno Guimarães e Douglas Luiz e o atacante Gabriel Martinelli. Enquanto Luis de la Fuente assumia a seleção espanhola principal e consolidava a transição da base ao profissional, o Brasil bateu cabeça na sucessão de Tite.  Iniciou o ciclo com Ramon Menezes, repassou a prancheta a Fernando Diniz e espera milagre de Dorival Júnior. Luis de la Fuente em 1 ano, 6 meses e 3 dias no cargo. Pouco tempo, mas o processo na base o ajuda a ter a Espanha na mão.

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Marcos Paulo Lima

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